'The Umbrella Academy': Quadrinhos foram criados por membro de My Chemical Romance e por brasileiro

Gerard Way, vocalista da banda de rock, e o quadrinista brasileiro Gabriel Bá também participaram como produtores executivos da série da Netflix; conheça os artistas

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Por Sabrina Legramandi
Atualização:
Gerard Way, vocalista do My Chemical Romance, e o brasileiro Gabriel Bá nos bastidores de 'The Umbrella Academy'. Os dois foram responsáveis pelos quadrinhos e atuaram como produtores executivos da série. Foto: Christos Kalohoridis/Netflix

Após dois anos, a série The Umbrella Academy fez a alegria dos fãs e voltou com uma terceira temporada nesta quarta-feira, 22. Conhecida por acontecimentos "malucos" e pelo surrealismo, a produção acompanha sete irmãos excêntricos treinados por um bilionário igualmente excêntrico.

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Todos nasceram na mesma data – 1º de outubro de 1989. O mais estranho, porém, é que as mães não estavam grávidas no começo do dia.

Cada um dos irmãos desenvolveu poderes diferenciados que se alinham com as personalidades. Agora, na terceira temporada, o Umbrella Academy volta para 2019 e dá de cara com a Sparrow Academy, que parece tomar o lugar do grupo.

Com o lançamento, os fãs comemoraram a continuidade das cenas surreais que dão o tom da série. No primeiro episódio, por exemplo, os irmãos precisam fazer uma batalha de dança ao som de Footloose com o novo grupo.

O que muitos não sabem, porém, é que The Umbrella Academy foi inspirada em uma série de quadrinhos que tem ligação direta com o mundo do rock e com o Brasil.

As HQs foram escritas por Gerard Way, vocalista da banda My Chemical Romance, e ilustradas pelo brasileiro Gabriel Bá. Inicialmente, os artistas tentaram vender a história dos quadrinhos para que se ela se tornasse um filme.

Dez anos depois da resposta negativa, uma reunião com a Netflix possibilitou que The Umbrella Academy se tornasse um seriado para a TV.

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Os criadores possuem carreiras bem estabelecidas no mundo artístico e refletem as suas vivências e visões de mundo em cada detalhe da série, já que também atuaram como produtores executivos.

Conheça a trajetória de cada um:

Gerard Way

Muito da energia "emo" de The Umbrella Academy, principalmente com personagens como Klaus, é explicada pelo envolvimento de Gerard Way. O artista marcou os anos 2000 com a banda My Chemical Romance e sucessos como Teenagers Welcome to the Black Parade.

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Segundo uma descrição publicada pela própria banda no perfil do Spotify, o álbum que continha os hits, The Black Parade, foi considerado pela revista Rolling Stone como um dos melhores álbuns de 2006. Na plataforma musical, apenas Teenagers e Welcome to the Black Parade, juntas, somam mais de 1 bilhão de reproduções.

Várias músicas lançadas pela banda falam sobre depressão e saúde mental, assuntos que Way sempre falou abertamente sobre, inclusive em shows. Segundo o vocalista, ele começou a enfrentar a depressão quando ainda era criança, mas procurou por ajuda quando completou 30 anos.

"Eu não tinha ninguém que me levava a sério e sempre existiu esse estigma enorme sobre doenças mentais, porque é algo que você não consegue ver. As pessoas acham que você não precisa de ajuda, mas não é isso, é uma coisa muito séria", disse Way em um trecho de um show publicado por uma fã no YouTube.

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Durante uma entrevista ao podcast My Turning Point, apresentado pelo jornalista Steve Baltin, em 2021, o artista revelou que teve de ficar longe dos holofotes após a separação do My Chemical Romance "por motivos de saúde mental".

A banda lançou um último álbum em 2014, My Death Never Stop You, e, após um hiato de seis anos (período em que Way se dedicou a cuidar de sua saúde mental), anunciou o retorno aos palcos em 2019. Neste ano, o grupo ainda lançou The Foundations Of Decay, primeira música inédita após oito anos.

O My Chemical Romance está na ativa, fazendo uma turnê pela Europa e pela América do Norte. No ano que vem, eles estarão na Austrália e também no Japão.

Gabriel Bá

Natural de São Paulo, o ilustrador Gabriel Bá possui várias obras publicadas no exterior, mas muitas também são reconhecidas no Brasil. Ele lançou várias obras em parceria com o irmão gêmeo, Fábio Moon.

Quando estavam no fim da faculdade de Artes Plásticas, em 1997, os irmãos também criaram a reconhecida fanzine (fanatic magazine) 10 Pãezinhos. A obra marcou o ínicio da carreira dos quadrinistas.

A partir de então, os irmãos passaram a conquistar diversos prêmios. Em 2008, eles foram destaque no Eisner Awards, considerado o "Oscar dos quadrinhos". Eles venceram na categoria Melhor Antologia pela revista independente 5.

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Bá, inclusive, recebeu o troféu de Melhor Série Limitada com The Umbrella Academy. O irmão também recebeu um prêmio solo: de Melhor HQ Digital por Sugar Shock.

Em 2011, os irmãos retornaram ao Eisner e ganharam o prêmio de Melhor Minissérie por Daytripper. Em 2016, eles também venceram a categoria Melhor Adaptação de Outro Meio pela versão que fizeram da obra Dois Irmãos, de Milton Hatoum.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais