‘The Circle Brasil’: participantes da versão dos EUA falam sobre o reality

O programa, criado e veiculado pela Netflix, ganhou uma versão brasileira nesta quarta-feira, 11, com a apresentação de Giovanna Ewbank

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Por João Pedro Malar
Atualização:
O reality 'The Circle' imita a relação das pessoas em redes sociais Foto: Netflix / Divulgação

Com a proposta de simular a interação entre desconhecidos em uma rede social, o reality show The Circle, criado pela Netflix, ganhou uma versão brasileira nesta quarta-feira, 11. Já disponível na plataforma de streaming, ele é apresentado por Giovanna Ewbank.

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No programa, oito participantes são colocados em quartos individuais sem permissão para sair. A única interação com outras pessoas que eles possuem é por meio de uma rede social, o The Circle. Cada participante, então, cria um perfil na rede, com fotos e textos, e interage com os competidores.

Conforme o programa avança os participantes avaliam cada perfil, com os dois melhores avaliados definindo quem será eliminado. Ganha, no fim, aquele que acabar o programa como o mais “popular”, ou seja, com a melhor avaliação dos finalistas.

Um elemento interessante do programa, lançado nos Estados Unidos em janeiro de 2020, é a existência dos chamados catfishs, pessoas que criam perfis falsos na rede social e tentam enganar os outros participantes. Além disso, conforme os participantes são eliminados, novos concorrentes assumem o lugar deles, até chegar aos cinco finalistas.

O E+ conversou com três dos competidores da versão original do reality: Shubham Goel, que ficou em segundo lugar e era conhecido por ser contra as redes sociais e o uso delas; Seaburn Williams, um dos catfishs do programa, que fingiu ser a namorada e também chegou à final, ficando em quinto lugar, e Sean Taylor, que também foi uma catfish, permanecendo do sexto ao oitavo episódio no programa. Ela fingiu ser uma amiga, até se revelar como uma social media que trabalha com moda plus size.

No programa, os participantes ficam confidenados em apartamentos, interagindo apenas por uma rede social Foto: Netflix / Divulgação

O que você acha que foi a principal coisa que você aprendeu em 'The Circle'?

Sean - “A principal coisa que aprendi é que a vulnerabilidade é muito poderosa, e que pessoas podem te surpreender com compaixão se você dar a oportunidade. E eu fico muito agradecida por ter conseguido lembrar disso”.

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Shubham - “As redes sociais têm prós e contras. Aprendi a ter a capacidade de dar um passo para trás, pensar e ver todas as peças que agem em conjunto. Que as redes sociais são complicadas e podem fazer o bem, mas que ainda sim deveriam ser monitoradas devido a aspectos como saúde mental e vício. As redes sociais podem criar comunidades, espalhar mensagens positivas e amplificar vozes”.

Seaburn - “A principal coisa que aprendi foi que é que ele [o programa] foi feito para pegar as pessoas com ótimas características e torná-las ainda melhores. E ele ajuda também a formar amizades, laços e relações verdadeiras com as pessoas, e te ensina como ser uma pessoa incrível”.

Para você, quão difícil foi ser um catfish? Alguma dica para quem quiser ser um catfish no programa?

A participante Sean Taylor foi um dos catfishs do programa Foto: Netflix / Divulgação

Sean - “Foi difícil ser um catfish, porque eu realmente aprecio relações íntimas e significativas foi difícil sentir que eu não estava me conectando com as pessoas como eu queria e que eu tinha um grande segredo. No fim eu não gostava dessa sensação. Quando eu me revelei, eu sabia que eu só gostaria de fazer se tivesse o momento e as pessoas certas, eu fiquei surpresa com o quão bom esse momento foi, e o alívio. A dica é usar o máximo do seu verdadeiro eu quanto você puder, isso sempre facilita se conectar com as pessoas.”

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Seaburn - “Foi incrivelmente difícil ser um catfish, porque foi muito mais energia que eu precisei ter, e colocar mais ênfase em ser o personagem, e não apenas isso mas desenvolver a personalidade do personagem. Foi muito difícil, pois eu não era eu, mas ainda precisava haver algo meu lá. Para quem quer ser um catfish, saibam quanta energia vocês querem colocar nisso, a diferença entre você e ser aquela pessoa, e se comprometa a ser um catfish, faça isso de todo o coração e si divirta, se não, qual é o ponto?”.

Você acha que teve alguma vantagem, ou desvantagem, por ser alguém que não gosta das redes sociais?

Shubham Goel ficou em segundo lugar no reality show, mesmo não gostando das redes sociais Foto: Netflix / Divulgação

Shubham - “Eu acho que foi um pouco dos dois! Uma vantagem no sentido de que isso tornou minha voz mais forte e única, mas uma desvantagem no sentido de que eu não sabia como ser experiente nas redes sociais e criar um, bom perfil. Por exemplo, eu fiquei em último lugar na primeira avaliação dos perfis!”

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Alguma dica para os novos jogadores?

Sean - “Foi difícil entrar depois e ver que todos já tinham fortes relações, minha dica é que você tem que se expor, mesmo que pareça louco, porque é assim que as pessoas irão te conhecer. É assustador mas vale a pena”.

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Shubham -“Minhas dicas para novos jogadores são: conheçam sua voz e abracem o que faz de vocês únicos. Eu penso que a habilidade de conseguir se conectar genuinamente com outros jogadores em níveis diferentes será uma grande vantagem, e nunca desistam. Mesmo que você termine em último, continue lutando e você poderá mudar seu destino no jogo.”

Seaburn - “Divirtam-se. Lembrem-se de aproveitar tudo o que for feito lá, pois saibam que vocês vão sentir saudades. Mas, se você se divertir, você não vai se arrepender de nada.”

A experiência de participar do programa mudou a forma como você enxerga ou usa as redes sociais?

Sean - “Não sei se eu ter me revelado mudou a forma como eu vejo as redes sociais, eu acho que eu me senti bem por ter conseguido mostrar quem eu era nos meus termos, e a verdade é que mesmo que as pessoas tenham sido legais em suas respostas, não é assim que ocorre na vida real. Muitas pessoas, inclusive eu, enfrentam muitos trolls e bullying, por várias razões diferentes, você pode não se sentir aceito nem em sua família ou entre aqueles que são próximos de você. Eu acho que independente do jeito que você quer mostrar ao mundo quem você é, deve ser da sua forma, e você deve colocar sua alegria e seu bem-estar primeiro”.

Shubham - “Sim, eu aprendi que as redes sociais não são apenas preto e branco, mas repletas de prós também. Elas podem construir comunidades, espalhar mensagens positivas e amplificar vozes. Eu olho para as redes sociais agora como uma ferramenta que pode ser usada do jeito certo.” 

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Seaburn - “Não, o show não mudou a forma como eu atuo nas rede sociais, sou o  mesmo de anos atrás. Mas eu sei que foi uma experiência incrível, e que ela me permite agora interagir com mais pessoas, e isso é muito legal.”

No programa, Seaburn Williams fingiu ser a namorada Foto: Netflix / Divulgação

Qual você acha que foi a melhor coisa do 'The Circle'?

Sean - “É o show mais divertido de todos! Eu adorava os jogos, gostava de poder ser mais competitiva, a competição de pintura foi a que eu mais gostei”.

Shubham - “A melhor coisa sobre o The Circle foi a experiência em si, e os laços para a vida toda que você faz com o elenco porque apenas eles sabem o que nós vivemos”.

Seaburn - “A melhor coisa é o álcool. Eu amei as bebidas porque me acalmava e você não ficava tão ansioso e tudo mais. Foi a melhor parte”.

Tem algo que você teria feito diferente no programa, pensando sobre isso agora?

Sean - “Não sei se eu faria nada muito diferente, você pode criar um plano, mas chega lá e há câmeras em vocè pela primeira vez, e você está falando com estranhos e tudo dá errado. Eu acho que fiz o melhor possível, e acho que não há nada que eu mudaria,eu estou muito grata pela experiência que eu tive”.

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Shubham - “Não! Eu acho que a vida é como uma corrente de escolhas boas e ruins, e tudo que podemos fazer é aprendermos com elas. Eu cometi erros no The Circle, mas não tenho arrependimentos. Eu aprendi com eles e aproveitei bastante meu tempo no programa”.

Seaburn - “Provavelmente não, honestamente. Eu acabei onde acabei de propósito, e não alteraria meu plano de nenhuma maneira. Eu tentei garantir que eu estivesse lá, e fizesse parte dos cinco finalistas, então não há nada que eu mudaria, e eu faria de novo sem pensar duas vezes”.

*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais

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