Steven Spielberg diz que filmes da Netflix não deveriam concorrer ao Oscar

'Se é um bom filme, merece um Emmy. Mas não um Oscar', opinou o diretor de 'The Post'; produções da empresa já foram indicadas oito vezes

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Por Redação
Atualização:
Steven Spielberg disse que a qualidade do conteúdo televisivo melhorou, mas que isso representa uma ameaça ao cinema. Foto: REUTERS/Henry Nicholls

O aclamado diretor Steven Spielberg, cujo filme mais recente é The Post, deu uma entrevista ao ITV News na qual opinou sobre as novas plataformas de produção audiovisual. Ele foi categórico ao afirmar que a Netflix tem um formato televisivo, portanto não deve competir com o cinema em premiações.

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"Certamente, se é um bom filme, merece um Emmy. Mas não um Oscar", disse Spielberg. "Cada vez menos produtores de filmes vão lutar para arrecadar dinheiro ou para competiram no Sundance Festival, e cada vez mais deles vão permitir que empresas que oferecem conteúdos em streaming financiem seus filmes, talvez com a promessa de uma pequena janela para qualificá-los para prêmios de cinema. Porém, na verdade, uma vez que você se compromete com um formato televisivo, você é um filme de TV", opinou.

Ele ainda disse que não acredita que "filmes que recebem qualificações simbólicas, em alguns cinemas por menos de uma semana, deveriam ser qualificados para uma nominação no Oscar".

Spielberg ressaltou também que sempre houve competição entre o cinema e a televisão, mas que isso se acirrou nos últimos anos por conta da qualidade da produção televisiva. "Há roteiros melhores, direções melhores, atuações melhores, histórias melhores estão sendo contadas. A televisão está realmente crescendo na qualidade e na alma, mas ela representa um grande perigo para o cinema".

O diretor deixou claro que não pretende produzir filmes exclusivamente para plataformas de streaming, com destaque para Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississipi, que foi indicado neste ano nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Fotografia e Melhor Roteiro Adaptado. As outras indicações foram para Corpo e Alma, também neste ano, e para os documentários Heroína(s), ÍcaroStrong Island. 

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