Série de 'High School Musical' estreia 2ª temporada após protagonistas ganharem status de estrelas

Em entrevista ao Estadão, elenco fala sobre os bastidores, o que esperar de seus personagens, o carinho dos fãs brasileiros e como foi gravar em meio à pandemia

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Por Carla Menezes
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Os protagonistas de HSMTMTS, Nini (Olivia Rodrigo) e Ricky (Joshua Bassett) Foto: Fred Hayes/Disney+

A segunda temporada de High School Musical: O Musical: A Série (HSMTMTS) estreia na próxima sexta-feira, 14, no Disney+. Aguardada pelos fãs desde 2019, quando a primeira parte da história foi ao ar, a temporada chega com seus dois protagonistas, Olivia Rodrigo e Joshua Bassett, até então relativamente desconhecidos do grande público, com status de estrelas. 

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Olivia, que interpreta a estudante Nini, lançou seu primeiro single, Drivers License - sobre um suposto triângulo amoroso entre ela, Bassett e a atriz e cantora Sabrina Carpenter, também conhecida por seus trabalhos com a Disney - no início do ano e virou uma estrela mundial. Ela é a primeira mulher a colocar suas duas primeiras músicas de trabalho no Hot 100 da Billboard americana. O interesse nas vidas pessoais dos atores estourou a bolha dos fãs da série e virou assunto nos quatro cantos da internet. Em março, Joshua Bassett lançou seu primeiro EP, aumentando ainda mais a curiosidade por essa história vivida nos bastidores. 

O anúncio de que a Disney produziria uma série derivada da trilogia High School Musical para compor o catálogo de estreia do Disney+, em 2019, foi recebido pelos fãs dos filmes com certo ceticismo, mesmo sentimento que acompanha os admiradores de filmes idolatrados quando remakes são anunciados - algo bastante comum na indústria de Hollywood nos anos recentes. 

Os dois primeiros filmes quebraram recordes no Disney Channel e venceram dois prêmios Emmy. O terceiro, lançado nos cinemas, garantiu bilheteria de mais de US$ 250 milhões ao redor do mundo. Juntos, marcaram uma geração que teve ali o primeiro contato com o gênero dos musicais. O que podia parecer intocável para os fãs, era óbvio para a Disney: ainda havia espaço para explorar o universo da franquia. 

A primeira temporada da série se revelou um grande tributo a High School Musical, girando em torno de Nini (Olivia Rodrigo) e Ricky (Joshua Bassett), estudantes do East High - escola onde a trilogia foi gravada, em Utah, nos Estados Unidos - enquanto se preparavam para fazer uma adaptação teatral do primeiro filme. Apostando na nostalgia, ingrediente que tem sido garantia de sucesso na música e no cinema nos últimos tempos - a série agradou aos fãs dos filmes e conquistou uma legião de novos admiradores. 

Carlos (Frankie Rodriguez) e Seb (Joe Serafini) são o primeiro casal abertamente gay no universo de High School Musical Foto: Fred Hayes/Disney+

Além de a história acontecer em um universo diferente de High School Musical, outra mudança é perceptível para quem assistiu aos filmes originais. Esta é a Disney de 2021, em que os fãs não precisam esperar dois filmes inteiros para ver o casal favorito se beijando na tela por meio segundo. Esta é também uma Disney que tem entre seus personagens um casal abertamente gay - com bom destaque na segunda temporada -, algo distante em 2006, quando o primeiro filme estreou. 

Foi apenas ano passado que o diretor dos filmes, Kenny Ortega, revelou o que os fãs já sentiam, mas não era confirmado nos filmes - que um dos protagonistas, Ryan Evans (Lucas Grabeel) era gay. A representatividade em HSMTMTS rendeu à série um prêmio GLAAD, que reconhece e homenageia produtos de mídia que incluem representações justas de pessoas LGBTQ+.

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Na segunda temporada, Ricky e Nini precisam lidar com um relacionamento à distância quando ela decide se mudar para Denver e estudar em uma escola especializada em artes. No East High, os alunos são surpreendidos ao descobrir que a peça da temporada não será uma adaptação de High School Musical 2, mas outro sucesso da Disney: A Bela e a Fera. Com Nini em outra escola, o papel da protagonista, Belle, vai para outra aluna. 

Quando a professora de Teatro, senhorita Jenn, resolve inscrever a turma em um concurso de teatro musical, o que até então parecia apenas diversão ganha ares de competição. Com esses novos contornos, a série se aproxima um pouco do tom de outro sucesso musical: Glee, da FOX. 

A turma de teatro fará adaptação de 'A Bela e a Fera' nesta temporada Foto: Fred Hayes/Disney+

Nos primeiros três episódios - aos quais a reportagem obteve acesso prévio -, foi possível perceber que os personagens coadjuvantes ganharam destaque muito maior nesta temporada, com mais tempo de tela e enredos próprios. A melhor amiga de Nini, Kourtney (Dara Reneé), e Ashlyn (Julia Lester), a compositora da turma, são grandes exemplos disso.

Para os fãs dos filmes, que podem ter se decepcionado ao descobrir que esta temporada não seria focada na adaptação de HSM2, o primeiro episódio servirá de alento de maneira divertida - atenção para uma cena entre Ricky e seu fiel escudeiro, Big Red (Larry Saperstein), que homenageia uma das principais cenas do filme. 

Ricky e Big Red em cena durante o primeiro episódio da segunda temporada Foto: Fred Hayes/Disney+

O romance continua em evidência na segunda temporada, com obstáculos no relacionamento de Ricky e Nini e o surgimento de novos casais - alguns já bastante esperados desde a primeira temporada. O terceiro episódio, intitulado “Valentine’s Day”, é recheado de grandes momentos para os fãs dos ships da série. Uma das músicas do episódio, a original Even When/The Best Part, um dueto entre Ricky e Nini, já foi divulgado antes da estreia. 

“A primeira temporada foi sobre encontrar a sua tribo e a segunda é sobre manter essa tribo e descobrir seus valores e prioridades”, disse Joshua Bassett em entrevista ao Estadão. O ator e os colegas de elencoMatt Cornett (E.J), Dara Reneé, Julia Lester e Larry Saperstein falaram sobre os bastidores da segunda temporada, o que esperar de seus personagens, o carinho dos fãs brasileiros e como foi gravar em meio à pandemia. 

As filmagens tiveram início em fevereiro de 2020, foram pausadas em março e retomadas em outubro. “Nós entendemos que tínhamos um trabalho a fazer e que isso traria muita alegria para muita gente, então fizemos o melhor que pudemos. Os únicos momentos em que pudemos ficar sem máscara, por exemplo, foram diante das câmeras. Nós realmente nos unimos bastante nesta temporada”, disse Joshua Bassett.

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Segundo o elenco, a pandemia não ocasionou mudanças no enredo, apenas na quantidade de pessoas envolvidas em cena. “Com as restrições, o elenco passou ainda mais tempo junto e acho que essa união será perceptível em cena ao longo da temporada”, lembra Larry Saperstein. “Voltamos aos nossos personagens algumas vezes ano passado, mas cada uma delas foi muito especial”, disse Julia Lester. 

A entrevista a seguir contou com a ajuda dos fãs da série, que enviaram suas perguntas para o Estadão nas redes sociais.

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O que podemos esperar de Ricky e E.J nesta temporada? 

Joshua: A beleza dessa temporada é que conseguimos mergulhar na vida pessoal dos personagens, na dinâmica entre todos eles e como tudo isso muda dentro e fora da escola. A primeira temporada foi sobre encontrar a sua tribo e a segunda é sobre manter essa tribo e descobrir seus próprios valores e prioridades. Eu acho que Ricky e EJ estão tentando descobrir o que eles querem fazer, quem eles são e quem querem ser. Para isso, é necessário fazer uma autorreflexão e acredito que este seja o paralelo perfeito com esse ano e com o fato de todos estarem refletindo sobre si mesmos. A gente apenas fez isso diante das câmeras, mas é algo que todos estão lidando no momento.

Matt: Com outros personagens chegando, surgem novas rivalidades e competições e acho que a turma talvez tenha começado a focar mais nesse lado competitivo e menos em apenas apreciar uns aos outros. Acredito que algo que eles aprendem ao longo da temporada é que ter sua tribo e mantê-la é extremamente importante. Além disso tudo, as músicas desta temporada estão melhores que nunca. 

Joshua: Eu escrevi uma música chamada ‘The Perfect Gift’, que está no primeiro episódio. É uma música de Natal que o Ricky compôs para a Nini. A Olivia também escreveu uma música para a personagem dela, que deve aparecer em episódios futuros. 

Eu fiquei em dúvida se vocês dois, Joshua e Olivia, tinham escrito a última música do terceiro episódio, Even When/The Best Part

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Joshua: Não, mas foi muito especial gravar essa música porque basicamente são duas canções separadas que acabam se juntando e se tornando algo super legal. Acho que as pessoas vão amar. 

Matt: Preciso dizer que esta é a minha música favorita da temporada. Eu amo. 

Já que o Matt já revelou a dele, qual é a sua música favorita na temporada, Josh? 

Joshua: Honestamente, não sei quais músicas já foram reveladas, mas posso dizer que acho que a música está no segundo episódio. É um número com Julia Lester, Sofia Wylie e Dara Reneé. 

Sobre Ricky e Nini, Ricky e Gina, Gina e EJ… o que podemos esperar dos ‘ships’ nesta temporada?

Joshua: Assim como na primeira temporada, é quase como uma montanha russa. Eu acho que os roteiristas fizeram um trabalho brilhante e autêntico e não podemos falar muito, mas a gente se aprofunda nas relações interpessoais e na descoberta do amor na escola - o que quer que isso signifique. Acho que as pessoas vão gostar muito da forma com que essa temporada foi escrita.

Matt: Eu concordo com o Josh. Não quero dar muitos detalhes, mas tudo foi escrito tão bem. Eu acho que para o EJ, especificamente, o lado bom é que nesse momento ele não tem uma namorada nem nada, está tirando um tempo para focar mais em descobrir quem ele é e em formar amizades. Vamos ver conversas mais profundas com a prima dele, Ashlyn, em que ele tenta descobrir quem ele é. Acho que a coisa mais importante para o EJ é descobrir quem é sem ter que se esconder atrás dessa imagem falsa de garoto perfeito.

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Joshua: Com certeza. Este é o sonho. 

Vocês recebem muitas mensagens dos fãs brasileiros?

Joshua: Os fãs brasileiros são os mais enérgicos. Eu os amo. 

Matt: Eles são maravilhosos. Acho que recebo mais DMs e comentários do Brasil que de qualquer outro país e também os amo muito. Toda vez que estou no Havaí recebo mensagens do tipo ‘você está vindo para o Brasil? Venha para o Brasil!’. 

Joshua: ‘Venha para o Brasil’, eu leio isso o tempo todo (risos). Eu recebo muitas cartas e mensagens do Brasil e somos muito gratos pelo apoio. De verdade, mal podemos esperar para de fato irmos ao Brasil quando a pandemia acabar e for seguro. Com sorte, vamos fazer shows, cantar as músicas e festejar.

Dara: Kourtney está descobrindo mais sobre si mesma e sobre as coisas que gosta, então ela pode demorar um pouco para se acostumar com essas novidades. Eu me sinto muito grata por vê-la rompendo barreiras, considerando que na primeira temporada ela estava um pouco nervosa e não queria pisar no calo de ninguém. Nesta segunda temporada ela está pensando ‘estou sendo eu mesma e, mesmo que cometa erros, está tudo bem, tenho a chance de aprender com eles’.

Dara: Eu me identifico muito com a Kourtney. Devo dizer que ela é muito corajosa e ambiciosa e, algumas vezes, eu, Dara, fico um pouco nervosa, mais retraída. Mas eu quero ser como Kourtney quando ela fala o que pensa, sem arrependimentos, e é quem ela é sem ter medo. Eu amo muito isso nela. 

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Dara: Muitas coisas novas estão acontecendo na vida de Kourtney nesta temporada. Não posso falar muito, mas muitas das mudanças e novas experiências que estão acontecendo vão chocar algumas pessoas. Mas é a primeira vez que ouço falar desse ship com o EJ (risos). 

Você tem contato com os fãs brasileiros?

Eu amo os meus fãs brasileiros, eles me apoiam muito e sempre choro quando leio as mensagens carinhosas que me enviam. Sou muito grata por cada um deles. 

Julia: Eu acho que desde a primeira temporada, quando Larry e eu soubemos que interpretaríamos um casal de alguma forma, já estávamos ansiosos por esses momentos juntos e para ver essa história se desenvolver. Quando soubemos como seria o final da primeira temporada, ficamos muito animados com a segunda e com esse novo relacionamento para descobrir ao longo dos novos episódios. 

Larry: É muito legal explorar mais quem essas pessoas são, como elas funcionam em um relacionamento, e aprender mais sobre os nossos personagens todos os dias. 

Como é a relação de vocês com os fãs brasileiros?

Julia: Eles são a grande maioria das pessoas que entram em contato com a gente e apoiam a série. Os fãs são incríveis. 

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