Quarto Branco: ex-BBBs dividem opiniões sobre estadia no cômodo

O E+ conversou com seis participantes que passaram pelo Quarto Branco, que está de volta ao 'BBB 20'

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Por André Carlos Zorzi
Atualização:
Quarto Branco do 'BBB 9'. Foto: Reprodução de 'Big Brother Brasil' (2009) / Globo

O Quarto Branco está de volta ao Big Brother Brasil. O retorno do cômodo, que já havia sido anunciado por Boninho há algum tempo, foi confirmado por Tiago Leifert no BBB 20 desta quinta-feira, 5.

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O E+ conversou com Leonardo Jancu, Ralf Krause e Newton Siqueira, o Tom, participantes da 1ª edição do Quarto Branco, no BBB 9, e com Cacau Colucci, Angélica Morango e Serginho Orgastic, que estiveram na edição mais recente do cômodo, em 2010.

Leo, o único que apertou o botão vermelho, que faz com que o participante seja automaticamente eliminado do programa, relembra que "bateu um arrependimento" após sua saída, e tem outra opinião hoje.

"Não acho que o Quarto Branco seja uma tortura do tamanho que pintam por aí. Com certeza, dá para ficar lá dentro e tirar de letra", analisa em 2020 (leia mais aqui).

Seu colega de BBB 9, Ralf, vai por outra linha: "Acho o Quarto Branco perigoso para a saúde mental dos participantes (leia mais aqui)".

Serginho, que teve o azar de entrar no quarto branco no mesmo dia em que ficou com uma dor nas costas, relembra as fortes luzes brancas que nunca são desligadas como uma das principais dificuldades.

"Lembra aqueles quartos de manicômio que a gente vê em filme [...]. Teve vezes que cheguei a chorar, não de soluçar, mas cair algumas lágrimas debaixo do cobertor", conta.

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Para alguns, passar pelo Quarto Branco pode ser inclusive mais fácil do que uma conhecida etapa antes do programa: "Acho que o pré-confinamento é pior, porque você está sozinho e não tem com quem conversar", opina Cacau (leia mais aqui).

Morango, que levou dois amigos para o cômodo, acredita que "nenhum momento foi desgastante ou estressante demais."

Confira abaixo algumas opiniões de ex-participantes do Big Brother Brasil que já passaram pelo Quarto Branco, e veja como eles estão atualmente, em seguida.

Estratégias e experiências no Quarto Branco

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Ralf: "Eu queria dormir o máximo possível para tentar fazer o tempo passar. Acordei umas três vezes durante a noite com ataques de pânico. Foi talvez a pior experiência que tive na vida".

Newton: "Depois de chegar no Quarto Branco e só lá saber das regras malucas, não faria nada de diferente. Se soubesse das regras antecipadamente, não teria levado o Leo, e sim a Ana ou Naiá. Pode ser que elas 'surtassem' e apertassem o botão para sair [em relação ao fato de ter levado um de seus melhores amigos ao desafio]".

Leo: "O chato mesmo são aquelas luzes brancas, paredes brancas cheias de pontinhos, acaba deixando a gente um tanto tonto. Porém, se você está bem psicologicamente, releva tudo isso e vai em busca do milhão".

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Cacau: "Se levar amigos dentro desse quarto, é muito mais fácil, acaba sendo até divertido, uma expeirência única."

Angélica: "Chamei duas pessoas que eram muito boas em prova de resistência. A ideia nunca foi que algum dos três apertasse o botão da desistência, mas que a gente passasse o tempo da forma mais divertida possível. No fundo, foi uma experiência muito positiva"

Serginho: "A gente fazia muita piada, cantava, brincava, tentava se desvirtuar do que estava acontecendo".

Quarto Branco ou pré-confinamento: o que é pior?

Ralf: "No meu programa, o pré-confinamento durou 10 dias. Sempre tem participantes que desistem nessa fase. A diferença é que o quarto do hotel tem janelas, ventilação, distrações, a porta não fica trancada e durante todo o dia diferentes pessoas entram em contato com você, para ver tamanho de roupa, estilo, contrato, regras do programa. Você não se sente preso".

Newton: "Achei o pré-confinamento bem mais difícil. [Havia] a ansiedade de entrar no BBB e a de ficar sozinho sem ter nada para fazer. No Quarto Branco, tinha companhia, já estava no programa e sabia que eles não fariam nada que prejudicasse nossa saúde".

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Leo: "No caso, [o pré-confinamento] eram 10 dias de hotel, já sem televisão, telefone, relógio ou qualquer coisa. O que difere do Quarto Branco é que no hotel ainda não somos conhecidos, já no Quarto Branco, nosso psicológico está a mil, sem saber como está nossa imagem aqui fora e há nervosismo devido à falta de comida, no caso de ter ficado na 'xêpa'."

Newton e Ralf, do 'BBB 9', em sua saída do Quarto Branco. Foto: Fabrício Motta / Globo / Divulgação

Cacau: "Acho que o pré-confinamento é pior, porque você está sozinho e não tem com quem conversar. É aquela tensão de começar o programa logo, quem serão os participantes. No Quarto Branco, você tem com quem conversar e já está dentro da casa".

Angélica: "O pré-confinamento foi um pouco mais complicado. [...] A gente ganhou uns iPods [aparelho de música] só nos últimos dias. Até então, a gente tinha no máximo algumas revistas muito antigas e palavras cruzadas, e falava estritamente o necessário com os seguranças e as pessoas da produção, que sempre checavam se estava tudo bem".

Retorno do Quarto Branco ao BBB 20

Ralf: "Acho o Quarto Branco perigoso para a saúde mental dos participantes. Você pode nunca ter pânico na vida, mas depois da primeira vez, a chance de ter outras é muito grande. Desejo toda a sorte do mundo aos participantes do BBB 20 que entrarem lá. E que Deus os proteja".

Newton: "O quarto, em si, não acho complicado, e sim os agravantes das regras. Se tiver uma eliminação como teve o nosso, aí sim pode ser que seja complicado. Mas Quarto Branco, por si só, acho barbada".

Leo: "Hoje, vendo de fora, eu com certeza ficaria dias e dias lá dentro. Estou aberto a um chamado do 'big boss' Boninho. Ia ser uma surpresa grande recepcionar alguém lá dentro do Quarto Branco!"

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Serginho Orgastic, Angélica Morango e Cacau Colucci durante sua participação no 'BBB 10'. Foto: Frederico Rozario / Globo / Divulgação

Cacau: "Acho super legal a volta do Quarto Branco, porque essa é uma edição comemorativa, em que acontecem as provas que estão mais na memória da galera. Hoje, 10 anos depois, dá um saudosismo e até o Quarto Branco dá saudade".

Angélica: "Existe essa áurea de terror, quase de tortura. Na verdade, eu garanto que não é. Na cabeça das pessoas, pode ter marcado mais a edição anterior, quando o Leo Jancu pediu a desistência, como uma coisa terrível, porque no nosso não foi".

Serginho: "Eu acho o máximo. Quarto Branco é para ser uma coisa que mexa com nosso psicológico. Boninho tá inovando, fiquei sabendo em relação ao teto descendo, acho que vai ser muito mais angustiante, muito mais tenso." 

Como estão os ex-BBBs que passaram pelo Quarto Branco

Serginho trabalha com sua imagem e conta que faz "presenças VIP" até os dias de hoje. Ele também atua como modelo, faz propagandas e é DJ, além de ter aberto um hotel-fazenda ao lado de seu pai.

Cacau tem uma distribuidora e uma linha de produtos, além de escrever uma coluna para uma revista e ser madrinha de instituição de animais.  "Ainda faço alguns eventos. Fiz por 10 anos, hoje faço poucos, mais na cidade. Procuro escolher mais os trabalhos, faço coisas mais pela internet", conta.

Angélica atualmente é colunista no site Universa, onde fala sobre sexo e comportamento. "Desfilei, atuei, trabalhei por seis anos na [rádio] Transamérica, fui DJ durante 10 anos. Publiquei um livro de contos, Quebrando o Aguário, e dois zines fotográficos, o Eight Fanzine", conta. Após morar em São Paulo por cerca de uma década, desde o ano passado, Morango está em São Francisco do Sul, uma ilha em Santa Catarina, onde está escrevendo um livro "mais biográfico". "O BBB me abriu muitas portas, fechou outras, também", analisa.

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Há cinco anos, Ralf casou-se com Lauren, uma inglesa, e há três está morando na Inglaterra, onde vive em Londres. Ele trabalha como gerente de contas nacionais para uma indústria britânica que fabrica bicicletas dobráveis e teve sua primeira filha, Mimi Regina, em maio de 2019. Atualmente, pratica esportes de resistência, como maratona e triatlo.

Leonardo está casado há dois anos com sua esposa Caroline, com quem tem um filho, Theo, de dois meses de idade.  "Trabalho com restaurantes junto com a minha esposa. Compro estabelecimentos que não estão indo bem, levando o movimento e revendo", conta Leo.

Newton mora em Porto Alegre, sua terra natal, e chegou a apresentar um programa de TV por quatro anos após sua saída da casa. "Trabalho como DJ e também faço trade, compras e vendas de ações", conta.

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