PM do Rio de Janeiro publica nota de repúdio à minissérie Justiça e pede boicote
- O Estado de S.Paulo
29/08/2016, 17:30
A PMERJ criticou a trama que envolve o personagem Douglas, policial retratado como vilão
O personagem Douglas (Enrique Diaz) Foto: Globo / Estevam Avellar
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro publicou, na última sexta-feira (26), uma nota de repúdio à minissérie Justiça, transmitida pela Globo. Assinado pelo Coordenador de Comunicação Social do órgão, coronel Oderlei Santos, o texto questiona a escolha de um policial no papel de vilão: “Justamente aquele profissional que defende a sociedade com a própria vida; justamente aquele profissional que zela pela segurança do cidadão; justamente aquele profissional que garantiu a tranquilidade dos Jogos Olímpicos”.
Na minissérie, o personagem Douglas (Enrique Diaz) é um policial militar que planta drogas na casa de sua vizinha Fátima (Adriana Esteves) como vingança por ela ter matado seu cachorro. “Esse tipo de programa (...) deseduca o cidadão. Estimula o desrespeito à Polícia”, diz a nota. “O que estará pensando a viúva ou um órfão de um Policial, herói de verdade, que perdeu sua vida no combate ao crime? O que estará pensando o filho de um Policial, herói de verdade, que ficou paraplégico na luta contra o crime?”, questiona o coronel.
Como forma de protesto, a instituição pede boicote à minissérie: “Aos Policiais Militares e seu Familiares é sugerido que façam o que de melhor pode ser feito diante de um programa de péssimo gosto e pouca criatividade: MUDEM DE CANAL”.
Em nota, o departamento de comunicação da Globo afirmou que Justiça “não tem a intenção de ofender qualquer profissão ou instituição”.
Leia a resposta da emissora na íntegra:
“Justiça é uma obra de ficção - o que é sinalizado ao final de cada capítulo - e não tem a intenção de ofender qualquer profissão ou instituição. A minissérie não é sobre a polícia. A trama é sobre quatro histórias independentes que se conectam e que têm em comum um fato dramático acontecido em uma mesma noite de 2009.”
Veja abaixo o post da PMERJ:
Galeria: Sete vezes em que a Globo foi alvo de boicotes
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7 vezes em que a Globo foi alvo de boicotes
Do beijo gay à falta de representatividade no elenco, a Globo já foi diversas vezes alvo de boicotes. Veja a seguir sete programas da emissora que causaram revolta e perderam audiência - pelo menos de alguns grupos - nos últimos anos.
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Justiça
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro publicou uma nota de repúdio e pediu boicote à minissérie que retrata um policial no papel de vilão. O personagem Douglas (Enrique Diaz) planta drogas na casa de sua vizinha Fátima (Adriana Esteves) como vingança por ela ter matado seu cachorro. A instituição afirmou que o programa “deseduca o cidadão e estimula o desrespeito à polícia”.
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Sol Nascente
A trama retrata uma família de imigrantes japoneses, mas a escolha do elenco foi questionada por trazer pouca representatividade a atores e atrizes de descendência nipônica. São apenas quatro asiáticos entre 30 atores. Diversos jovens de origem asiática se manifestaram em blogs e canais do Youtube. Além disso, o coletivo Oriente-se foi criado com o objetivo de “mostrar que atores de descendência asiática existem e são profissionais qualificados”. No entanto, eles afirmam que não pretendem fazer um boicote à novela.
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Velho Chico
O autor Benedito Ruy Barbosa fez declarações homofóbicas na festa de lançamento da novela e gerou revolta nas redes sociais. Vários internautas combinaram boicote à novela por causa de frases ditas por ele, como "odeio história de bicha” e "só é normal o cara que é bicha, o que não é bicha não é normal. A mulher que é sapatona é perfeita, a que não é sapatona não é legal. É assim que estamos vivendo", disse.
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Liberdade, Liberdade
A novela transmitiu a primeira cena de sexo gay da TV brasileira. Os pedidos de boicote começaram assim que foi noticiado que a cena, interpretada pelos personagens André (Caio Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira) tinha sido gravada.
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Babilônia
Grupos evangélicos pediram boicote à novela, que exibiu na estreia um beijo entre as personagens Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg). A questão repercutiu no Congresso, e A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família Brasileira alegou que Babilônia “vem para destruir os valores da família brasileira”.
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Amor à Vida
A novela esteve envolvida em duas polêmicas. Amor à Vida transmitiu sem censura o primeiro beijo gay entre homens da teledramaturgia brasileira, o que gerou pedidos de boicote aos últimos capítulos. A trama também incomodou o Conselho Regional de Enfermagem do Rio (Coren-RJ), mas por outro motivo. A categoria se sentiu desrespeitada pela forma como foi retratada na novela, com frases como "enfermagem é playground de médicos" e "é mais fácil contratar uma enfermeira do que uma empregada doméstica". O Coren-RJ fez um abaixo-assinado na internet contra a novela.
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Salve Jorge
Antes mesmo de a novela começar, surgiram vários movimentos de protesto contra a novela, principalmente vindos do site “Exército Universal”. O argumento principal era de que o título indicava que a novela seria uma forma de adoração a um “ogum”, identificado como uma “entidade espírita”.
Foto: Reprodução
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