Nova Zelândia recomenda '13 Reasons Why' apenas para maiores de 18 anos

Para governo, série traz bons debates, mas erra ao apresentar suicídio como consequência natural

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Por Redação
Atualização:
"'13 Reasons Why' não segue as recomendações internacionais de representação responsável para casos de suicídio", diz a nota do órgão Foto: Beth Dubber/Netflix

O órgão responsável por elaborar a classificação indicativa de filmes e séries na Nova Zelândia publicou nesta quinta-feira, 27, uma nota na qual aconselha que 13 Reasons Why deve ser assistida apenas por maiores de 18 anos, a menos que o jovem esteja acompanhado dos pais. 

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O Escritório de Classificação de Filmes e Literatura neo-zelandês (órgão que exerce a mesma função feita pelo Ministério da Justiça e Segurança aqui no Brasil) argumenta que a recomendação é um meio-termo entre o mérito da série da Netflix em falar sobre suicídio e o perigo que ela pode trazer para jovens vulneráveis. Como consequência, a Netflix do país deve exibir um aviso antes do início de cada episódio.

No site, o órgão ressalta que jovens de 16 e 17 anos têm, estatisticamente, mais chances de cometerem suicídio. Diz que 13 Reasons Why tem mérito em abordar "assuntos extremamente relevantes para jovens, como suicídio, violência sexual, bullying e slut-shaming (julgar meninas por expressão de sua sexualidade)". 

No entanto, o Escritório de Classificação de Filmes e Literatura argumenta que a série falha ao "promover exemplos responsáveis de soluções para casos de suicídio" e ao não mostrar que Hannah sofre de um problema psicológico. Além disse, diz que a Netflix não seguiu as recomendações internacionais de representação responsável do suicídio.

"O suicídio de Hannah é apresentado de forma fatalística. A morte dela aparece como uma consequência lógica e inevitável", segue o texto, afirmando que "pessoas cometem suicídio porque não estão bem, não porque outras pessoas foram cruéis". 

"O suicídio não deveria ser apresentado para ninguém como o resultado de uma reflexão feita por alguém com a cabeça limpa. O suicídio pode ser prevenido, e a maior parte das pessoas que têm pensamentos suicidas não estão pensando racionalmente e, portanto, não tomam decisões lógicas", diz a nota.

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