Heloísa Périssé fala sobre morte: 'senti no meu coração'

Nos últimos três anos, Heloísa Perissé viveu uma pandemia pessoal, que inclui tratamento do câncer, medo da morte e perda de Paulo Gustavo

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Por Redação
Atualização:
Para Pedro Bial, Heloísa Périssé contou que sentiu 'processo de morte' um ano antes de descobrir que estava com câncer. Foto: Rede Globo

Nesta terça-feira, 22, Heloísa Périssé foi a convidada do Conversa com Bial. A atriz e humorista contou ao apresentador momentos emocionantes da sua vida pessoal, falou sobre quando descobriu um câncer raro, em 2019, do medo da morte e da saudade de Paulo Gustavo.

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Em 2019, Heloísa descobriu e começou a tratar um câncer nas glândulas salivares. Na época, ela e Paulo Gustavo gravavam a sitcom A Vila, do Multishow. A humorista compartilhou com Bial que, antes de descobrir o câncer, pressentiu a morte. "Olhei a vista da janela do meu banheiro, que é o Morro dos Dois Irmãos, uma vista linda, e senti no meu coração: 'Deu'”.

Ela contou que ali sentiu que iria morrer e que algo havia mudado em seu corpo. A única pessoa com quem teria conversado sobre o assunto foi o também ator Paulo Gustavo, que morreu em maio de 2021, em decorrência de complicações causadas pela covid-19. “Foi como se ali tivesse iniciado o real processo de morte", afirmou.

"Virei pra ele e disse: ‘eu acho que vou morrer esse ano'. Ele virou para mim e disse: 'Você grava, então, um vídeo para mim se despedindo. Quando você morrer, eu vou negociar com o Jornal Nacional'. Eu gravei, tenho até aqui no celular", contou Heloísa, transformando o momento saudosista em humor. 

Agora, ela reuniu essas experiências e transformou em teatro: A Iluminada estreou em março, em São Paulo, e deve percorrer os teatros de todo o Brasil. No palco, Heloísa interpreta Tia Doro, uma mulher que cresceu com uma mãe nada convencional, e por isso sofreu bullying. Mas após compreender a condição de sua família, vê sua vida mudar. “A mãe faz uma defesa tão bem feita que isso gera uma metanoia em Tia Doro. Esta é uma peça que, apesar da comédia, tem um assunto pesado. Ela na verdade é a junção da minha pandemia particular à pandemia coletiva”, diz a atriz, se referindo a tudo que viveu nos últimos três anos.

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