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Fox News renovou com Bill O'Reilly sabendo de acordo de US$ 32 mi para barrar denúncia de assédio

O acordo foi feito em janeiro, um mês antes da renovação do contrato, e trata-se do sexto e maior até agora que envolve o apresentador ou a empresa televisiva

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Por Redação
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Apresentador já teria pago US$ 13 milhões para que cinco mulheres não o denunciassem por abuso sexual. Foto: Fred Lee/ABC via The New York Times

O ex-apresentador da Fox News Bill O'Reilly pagou US$ 32 milhões em janeiro deste ano para acabar com uma acusação de assédio contra ele. Mesmo sabendo do acordo, a emissora renovou o contrato do âncora no mês seguinte por mais quatro anos com um salário anual de US$ 25 milhões, segundo publicou o jornal The New York Times neste sábado, 21.

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Trata-se do sexto acordo - e o maior até agora - que envolve o apresentador ou a empresa televisiva relacionado a denúncias de assédio contra ele. O pagamento foi firmado com Lis Wiehl, ex-analista da emissora, que alega assédio, relação sexual sem consentimento e envio de material pornográfico. Segundo o advogado do apresentador, O'Reilly e Lis mantinham uma amizade de 18 anos na qual ela, às vezes, teria oferecido assessoria legal ao âncora de TV.

A 21st Century Fox reconheceu que estava ciente do acordo quando prolongou o contrato de O'Reilly. Em um comunicado, a empresa disse que "foi informada pelo Sr. O'Reilly de que ele havia resolvido o assunto pessoalmente, em termos financeiros, e o que ele e a Sra. Wiehl haviam concordado era confidencial e não divulgado à empresa". 

Porém, de acordo com o NYT, Rupert Murdoch e os dois filhos dele, Lachlan e James, executivos da empresa, decidiram em janeiro manter o apresentador apesar de ter sido informada sobre o acerto. Em nota, a 21st Century Fox disse, em relação à renovação de contrato, que a Fox News "certamente queria ter renovado" porque ele era "a maior estrela na televisão a cabo" depois de assinar com a apresentadora Megyn Kelly por NBC.

Em 1º de abril, o The New York Times publicou que O'Reilly teria pago US$ 13 milhões para que cinco mulheres não o denunciassem por assédio sexual. Desde então, mais de 50 empresas deixaram de anunciar no The O’Reilly Factor, apresentado por ele. O programa tinha 30 comerciais, mas ficou com apenas dez na última apresentação dele, em 11 de abril. Ele foi demitido depois de duas décadas na empresa.

Donald Trump chegou a defender Bill O'Reilly em entrevista ao NYT. "Ele é uma pessoa que conheço bem e é uma boa pessoa", disse o presidente dos Estados Unidos.

A nova revelação do NYT vem após as acusações de assédio contra o produtor de cinema Harvey Weinstein, que foi demitido depois de pelo menos oito mulheres o denunciarem. Dias depois da demissão, as atrizes norte-americanas Gwyneth Paltrow e Angelina Jolie relataram ter sido assediadas por ele na década de 1990.

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Com informações das agências EFE e Reuters

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