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Fernanda Montenegro e Fernanda Torres retornam após sucesso em ‘Amor e Sorte’

‘Gilda, Lúcia e o Bode’ continua história das personagens com um episódio especial no fim de ano da Rede Globo

Por João Pedro Malar
Atualização:
Novo episódio especial mostrará a relação entre as personagens de Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e um bode Foto: Globo / João Faissal

Mãe e filha na vida real, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres irão, mais uma vez, interpretar a dupla Gilda e Lúcia em um especial de Natal da Rede Globo, que vai ao ar no dia 25 de dezembro, depois de A Força do Querer. O programa continua o enredo da família, apresentada durante a série Amor e Sorte.

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Em Gilda, Lúcia e o Bode, mãe e filha se reencontram no Rio de Janeiro, na véspera do Ano Novo, enquanto a personagem de Fernanda Torres enfrenta diversos problemas financeiros. “O assunto do especial é dinheiro, que é a questão da sobrevivência. Lúcia perdeu o emprego na pandemia, vai morar com a mãe, e o bode vai parar no Rio de Janeiro”, comenta Fernanda Torres.

“O assunto é dinheiro, e o bode”, complementa Fernanda Montenegro. As duas participaram de uma coletiva de imprensa, na qual o Estadão esteve, para falar sobre o novo episódio, e destacaram a figura do bode Everi, introduzido no episódio original, e que foi substituído por um bode mais experiente no mundo da atuação.

“O bode é maravilhoso. Nos ensaios ele era instável, mas na hora o danadinho ficava tranquilo, senhor da cena, olhava, virava, subia na árvore, e a gente ‘danado, roubou a minha cena’”, comenta Montenegro. Fernanda Torres ainda destaca que, de tão bom ator, o bode recebeu o apelido de “Zequinha Montenegro”.

Além de Zequinha, o especial conta também com a participação de Joaquim Waddington, Fabiula Nascimento e Arlete Salles, que interpreta a cunhada de Lúcia. Entretanto, quem mais parece ter conquistado o coração das atrizes é, realmente, o novo bode.

Especial de Natal contará com a participação das atrizes Arlete Salles e Fabiula Nascimento Foto: Globo / João Faissal

“Eu queria muito que o bode desse momento que a gente vive, fosse o bode da nossa história. O da nossa é lindo, feliz, alimentado, harmonioso, sadio, então tem esse termo, ‘ter um bode’ [não gostar, ter aversão a algo], mas o nosso bode não, ele é O bode. Adorei conviver com ele”, brinca Fernanda Montenegro.

Fernanda Torres destaca que o episódio é sobre “pessoas em situações difíceis, mas a ligação amorosa, familiar, é o que faz elas se moverem, e o bonito é a relação pessoal entre elas, e os seus agregados”. 

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“Fomos confinados com as nossas famílias, e todo mundo tinha alguém no grupo de risco, em risco, e as pessoas obrigadas a conviverem como nunca tinham convivido antes. E quando a crise se estabelece no mundo, o que sobra é essa família, e isso foi o que emocionou”, explica.

A mãe da atriz destaca que os episódios seguem o estilo de uma comédia de costumes: “tem a hora em que surge uma emoção, mas não deixa de ter humor, englobar o relacionamento humano. É o registro do dia a dia”.

As duas atrizes comentam que o formato dos episódios também é algo que poderia permitir produções no futuro, mas não uma série longa. “Eu acho que ele veio tão de surpresa, e a gente ficou até surpresa dele ter tido a recepção que ele teve, e acho que é mais um pedaço. É algo que no máximo dá pra fazer em datas comemorativas, em momentos cívicos e familiares”, explica Torres.

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Já ao dizer que o programa poderia até se tornar um “novo [especial] do Roberto Carlos”, a mãe interferiu: “o Roberto é insubstituível, vamos devagar”. A filha concordou, e explicou que a hipótese seria de o programa ser exibido antes do especial do cantor, o que agradou a mãe.

Os laços familiares são uma marca não apenas do enredo dos episódios, mas também dos próprios bastidores deles, em especial na gravação do episódio original. “Era uma família fechada em Petrópolis, os netos, os pais, a avó, um bode, dois câmeras, e saiu direito, porque as pessoas gostaram”, comenta Fernanda Montenegro, que descreveu as gravações como um momento de "aleluia interior” e uma “terapia ocupacional”.

A relação entre mãe e filha, tanto na vida real quanto na ficção, é destacada por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres ao falar sobre o especial Foto: Globo / João Faissal

“Fizemos um trabalho celular que chegou a muita gente, aceitaram, gostaram. Continuamos juntos, e continuamos dentro de uma realidade de herança teatral. Como foi bom, nos tirou da agonia”, lembra a atriz.

A ideia, agora, é continuar explorando a relação entre mãe e filha, da ficção, a partir do encontro entre as diferentes visões de mundo e opiniões das personagens. “Tem algo que a gente falava sobre, a ansiedade, do tempo, da espera pela vacina, essa discussão toda, a hora de virar o responsável pela mãe, pelo pai, resolver os problemas, essa inversão de papéis, e que nunca inverte totalmente. Foi um trabalho sobre isso, que é algo que eu também vivi com minha mãe, tem um paralelo entre a gente”, explica Torres.

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Um paralelo que pode ser notado nas visões das atrizes sobre a pandemia. Fernanda Torres comenta que cansou “de ter esperança, não tenho mais esperança. [...] Eu já estou tão cansada que estou vivendo uma realidade paralela, eu não aguento mais”. Já Montenegro diz que tem “paciência, um pouco revoltada”. “Vamos sair, temos que gritar isso, sem perder a esperança”, defende.

Apesar do clima familiar, dessa vez o novo episódio é mais “estruturado”, o que também é positivo, segundo Fernanda Montenegro. “Espero que gostem, que amem, que curtam a gente, porque a gente trabalha querendo que amem a gente, a gente quer amor. Mas se vier a rejeição, a gente aceita com muita dignidade”, comenta a atriz veterana. 

*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais

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