Diretor da Marvel denuncia xenofobia no cinema: ‘Isso nos desumaniza’

Cineasta afirma que com muita pesquisa e respeito, filmes não devem cometer os mesmos erros de 'Mulher Maravilha'

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Por Laila Nery
Atualização:
Mohamed Diab acusa 'Mulher-Maravilha' de representação xenofóbica. Foto: DC

Mohamed Diab, que dirige Cavaleiro da Lua, fez duras críticas à forma como os egípcios são retratados no cinema. O diretor usou o filme Mulher-Maravilha para exemplificar a forma estereotipada que Hollywood retrata o seu povo nos cinemas e se mostrou muito incomodado, numa entrevista à SFX.

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Mohamed nasceu em Ismaília, cidade que fica na margem ocidental do Canal de Suez, no Egito. O cineasta acredita que a forma como o seu país é tratado no cinema não condiz com a realidade. “É sempre exótico --nós chamamos de orientalismo. Isso nos desumaniza. Nós estamos sempre pelados, sexys, somos ruins e estamos sempre por cima", disse o cineasta. 

"Eu me lembro de assistir à Mulher-Maravilha 1984 e tinha uma grande sequência no Egito. Era uma desgraça para nós. Você tinha um sheik — isso não fazia o menor sentido! O Egito parecia um país da Idade Média. Parecia o deserto." 

O diretor defende que Cavaleiro da Lua, minissérie baseada na mitologia egípcia, é um resultado de muita pesquisa e dedicação para não cometer o mesmo erro. Mohamed contou que conseguiu se manter fiel aos quadrinhos, mas sem deixar de respeitar o seu país.

"É parte do show porque é parte da história. É parte de como ele consegue seus poderes. Está enraizado nele. Definitivamente havia espaço para experimentar, mas me mantive o mais autêntico possível, na questão de ser fantasioso. Até nos quadrinhos originais, eles fizeram um ótimo trabalho pesquisando e tentando fazer o Egito autêntico", complementou.

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