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Vida de modelo: o caminho para chegar até a passarela da SPFW

Você sabe como uma marca escolhe as modelos que desfilam suas coleções? Elas passam por uma bateria de avaliações e, no final, nem sempre conquistam seu lugar ao sol. Aqui, contamos um pouco desse processo

Por Marina Domingues
Atualização:
Modelos no backstage do desfile de Tufi Duek: nem todas chegam tão longe Foto: Divulgação

Era um domingo de chuva fina em São Paulo quando algumas dezenas de meninas e meninos se reuniam em frente ao hotel Mercure, nos Jardins, bairro paulistano. A maioria vestia preto ou roupas básicas e todos tinham uma pasta embaixo dos braços. A razão para presença dos jovens ali era o casting de modelos do grupo AMC, que controla as marcas Tufi Duek, Triton, Colcci e Coca Cola Jeans. Um casting é um evento que atrai várias agências - esse dia eram quase 15 - para mostrar seu time de modelos, quase sempre novos na profissão, e que querem desfilar em alguma apresentação específica, nesse caso a São Paulo Fashion Week.

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Em uma das salas do hotel estava a banca avaliadora, que elege quem passa para a próxima etapa. Sentados ali estavam Ruy Furtado, diretor de desfiles, Daniel Ueda e Fábio Ishimoto, stylists, e Igor de Barros, responsável pela moda masculina da Triton, que fez questão de acompanhar a seleção.

Começou, então, a apresentação das modelos, que entravam na sala, uma a uma, em direção aos jurados, faziam a volta e retornam para a frente da bancada. A maioria estava visivelmente nervosa, andava rápido demais, ou muito devagar, e fazia expressões de medo quando estava de costas para a mesa. Todos os jurados eram educados e simpáticos - nada que lembrasse um reality show em busca de uma nova top model. Quando paravam e eram encaradas pelo grupo, a banca pedia para que colocassem o cabelo atrás da orelha, mostrassem mais o rosto, tirassem a jaqueta ou, no caso dos homens, mostrassem o abdome. O diretor, os stylists e o estilista acompanham tudo com fotos nas mãos, os composites dos modelos, que têm as medidas e informações de cada participante. Quando o modelo deixava a sala, o composite ia para uma pilha, só não dava para saber se era a pilha do sim ou do não.

A operação se repetiu por algumas horas, em um interminável entra e sai de corpos esbeltos. No fim do dia, os avaliadores se reuniram e escolheram alguns nomes para seguir a diante. Depois dessa etapa, acontece ainda mais uma avaliação, parecida com essa, e então mais cortes. O time final costuma receber poucas das meninas e meninos que passam por essa bateria de teste. As modelos mais conhecidas, assim como as tops, não participam desse tipo de processo, e são convidadas pelas marcas diretamente. As news faces, como são chamadas as iniciantes na carreira, precisam ser avaliadas diversas vezes antes de conquistar um lugar na passarela. 

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