Tendências: use-as com moderação

Para além novidades imediatas, gente gabaritada da moda indica o caminho para um estilo autoral

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Por Helena Tarozzo
Atualização:
Maria Prata, Natalie Klein e Bia Paes de Barros, estilos únicos sem perder a mão em tendências Foto: André Brandão (Maria Prata); Divulgação ( Natalie Klein e Bia Paes de Barros)

Assim que passam as semanas de moda, como manda a linha de produção do mercado, as tendências desfiladas, rapidamente, vão parar nos editoriais, nos sites de street style, nos blogs de socialites renomadas e, um tempo depois, nas lojas. Para felicidade geral da nação fashionista que ama novidades isso pode ser uma dádiva e um sinal de renovação. Mas, por outro lado, muitas dessas tendências não terão vez no guarda-roupa de pessoas cheias de estilo.

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Nos bastidores do glamour, profissionais que trabalham com moda, como editoras, consultoras, jornalistas, estilistas e até donas de lojas, às vezes, passam longe de modismos da estação. Pelo contrário. Pense em Karl Lagerfeld ou em Costanza Pascolato: ele com suas calças justas, camisa, colete, óculos de sol e suas indispensáveis luvas e ela com seus casacos impecáveis, calças na altura do tornozelo e brincos statement.

Peças bem cortadas, formas que vestem com personalidade, acessórios com história para contar. Esses são alguns dos itens que falam mais alto no guarda-roupa de pessoas com esse tipo de identidade fashion. No estilo de Natalie Klein, à frente da loja multimarcas NK Store, por exemplo, as tendências aparecem apenas como temperos e ela procura não usá-las literalmente. “Há uma frase na moda que para mim define tudo: ‘Saiba quem você é vista-se de acordo’. Isso reflete muito a minha personalidade. Sou discreta e reservada na minha vida pessoal e isso se reflete diretamente no meu estilo”, conta Klein. Dona de uma elegância minimalista, onde o preto prevalece, ela se destaca por combinar peças atemporais de alfaiataria, acessórios vintage e um ar meio rebelde. “Tudo pode ser inspirador para quem trabalha com moda. E essa é a graça em se vestir. Deve ser quase um ritual e isso, além de divertido, é um excelente exercício de auto- conhecimento.”

Já a consultora de moda, Bia Paes de Barros, conta que afirmou seu estilo depois dos 30 anos e hoje em dia se encontra em peças-chave como saias lápis, sandálias gladiadoras e roupas confortáveis e práticas. “Tendência é aquilo que você bate o olho e é a sua cara. Está mais para quando o mercado te ajuda a compor o seu estilo do que o contrário”. Para ela, por estar em contato com a moda o tempo todo, as tendências acabam ficando velhas muito rápidas por serem usadas e comentadas à exaustão.

Outro bom exemplo é a jornalista Maria Prata, que mantém um estilo clássico e básico e costuma adotar as tendências de acessórios que se enquadram no seu dia-a-dia, composto por blazers, camisas pretas e brancas e jaquetas de couro. “Acho que, por ter tanto contato com tantas peças, tendências, desfiles, e estar sempre observando as transformações da moda de perto, fui indo pelo caminho contrário e ficando cada vez mais neutra”, conta ela, que também não dispensa um batom vermelho para fixar a sua identidade.

Em tempos de fast fashion, parece cada vez mais difícil acompanhar o ritmo frenético dos lançamentos. Mas a conta final é a seguinte: some autoconhecimento, um olhar apurado com peças certas que combinem com você e com o seu corpo. E, cuidado, não siga sempre a moda à risca. 

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