Profissão: compradora

Já pensou em um trabalho que sua função é comprar? Parece sonho, mas é a realidade de Helena Barbero, responsável por compras na NK Store. Aqui você conhece um pouco sobre essa profissão

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Por Marina Domingues
Atualização:
Helena Barbero na área de importados na NK Store: seis viagens internacionais por ano Foto: TIAGO QUEIROZ

Muita gente não sabe, mas por trás de uma grande e luxuosa multimarca sempre tem uma grande compradora. O ofício, que vai muito além de uma tarde de compras no shopping, funciona como uma espécie de curadoria de marcas internacionais que chegam às araras na loja. A compradora, ou buyer, é quem visita os showrooms das grifes e escolhe o que se relaciona com o estilo e conceito do endereço, como no caso da NK Store, multimarca da empresária Natalie Klein, uma das mais conceituadas de São Paulo. Helena Barbero é buyer da loja e aqui ela conta como é sua rotina de trabalho - que envolve seis viagens anuais às capitais a moda:

Como começou sua relação com a moda?

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Desde pequena tinha independência nas minhas escolhas na hora de me vestir. Adorava acompanhar minhas irmãs mais velhas em suas compras, me encantava com a moda, e no fundo, sempre soube que trabalharia com esse universo.

O que fazia antes de trabalhar na NK?

Me formei em relações públicas e logo após terminar a faculdade segui para uma temporada de estudos em NY. Após o curso da FIT (Fashion Institute of Tecnology) em Fashion Business, percebi que iria seguir por outro caminho, pois me apaixonei ainda mais pelo universo da moda.

Como começou sua carreira na loja?

Desde que decidi a trabalhar com moda, a NK foi meu lugar dos sonhos. Comecei a trabalhar aqui em 2008 como assistente de vendas e como admirava a empresa, sempre deixei exposta minha vontade de evoluir internamente e conhecer outras áreas, até que em 2010 fui convidada a integrar o time de estilo. Comecei desenvolvendo a linha de acessórios e fiquei por 4 anos no desenvolvimento de couro e acessórios, até chegar aonde estou hoje. E hoje percebo que ter passado por áreas diferentes ajudaram muito no meu crescimento profissional e principalmente a entender melhor como funciona a NK como um todo.

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Como se tornou buyer?

Em uma das viagens de pesquisa para NY, fui acompanhar a diretora de importados no showroom do Marc Jacobs. Desde esse dia conheci um lado da moda que me identifiquei completamente. Simplesmente amei. Em seguida, a Natalie me chamou para acompanhar os showrooms nas viagens. Foi assim que me “encontrei” profissionalmente. Hoje acredito que não conseguiria fazer outra coisa.

Como foram os primeiros anos na profissão?

Estou há quase 6 anos e como buyer completei um ano em outubro. Claro que no começo não foi fácil, foi uma fase de completa absorção. Mas trabalhar ao lado da Natalie é a maior escola que poderia ter. Eu aprendo 24 horas por dia com ela, realmente é um grande privilégio.

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Quais são as características indispensáveis para uma buyer?

São inúmeras, mas eu prefiro pensar que para ser uma buyer você tem que ser muito observadora. Analisar tudo e a todos. Desde o que está acontecendo lá fora, para escolher as tendências certas, quanto respeitar os limites da sua cultura, lifestyle. Procuro casar o que há de mais bacana com um olho comercial para consumo. E quando faço as compras da NK, visualizo sempre o estilo da Natalie na hora de fazer as escolhas, já que a premissa inicial da NK e que me mantém até hoje é ter dentro do mix de produtos, uma curadoria das peças que a própria Natalie usaria, como um armário dela que possa ser comercializado.

Qual é a sua rotina de trabalho?

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Viajo 6 vezes por ano, para NY, Paris e Milão. Em época da semana de moda, a rotina fica bem corrida. Vamos de showroom a showroom e não sobra tempo para mais nada. Depois acompanho de perto todo o “pós pedido” - a importação, a entrada da mercadoria na loja, as vendas e pós-venda. Além de ter que estar sempre atualizada com entrada de novas marcas no mundo da moda.

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Qual é a melhor parte de ser buyer? E a pior?

A melhor parte de ser buyer da NK, sem dúvida alguma é que você está em contato com os melhores estilistas do mundo. A sensação de visitar ao showroom do Azzedine Alaia, por exemplo, é inexplicável. Poder estar à frente e acompanhar de pertinho mesmo, as maiores tendências do mundo é um privilégio para poucos. Também, não existe nada mais gratificante do que ver as peças que você escolheu sendo vestidas pelas clientes. É uma sensação de missão cumprida. E a pior? Não tem! Eu amo o que eu faço e acredito que esse é o segredo da vida profissional. Quando você gosta do que você faz, não existe trabalho pesado.

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