Presença do Brasil no cenário internacional

Primeiro painel do Fórum de Negócios de Moda do Grupo Estado abordou estratégias e desafios do setor têxtil nacional

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Por Marina Domingues
Atualização:
Gerson Vaccari, Patrícia Bonaldi, Paulo Borges e Isabel Tarisse participaram do primeiro painel do Fórum Negócios da Moda Foto: Amanda Perobelli/Estadão

Formado por Gerson Vaccari, do Grupo Paquetá, administrador da marcas Dumond, Capodarte, Diadora e Ortope, pela empresaria e estilista Patrícia Bonaldi, por Isabel Tarisse, da Apex, e mediação de Paulo Borges, CEO da Luminosidade e diretor criativo do SPFW, debateram a globalização das marcas nacionais. 

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Paulo abriu a conversa dando ênfase na necessidade de diálogo na moda, para evolução do cenário na situação atual e frisou que é imprescindível inovar para conquistar o mercado de moda internacional. Segundo ele, o reconhecimento das marcas brasileiras ainda não se converteu em vendas, então algumas questões precisam ser analisadas: quais elementos culturais podem impulsionar a moda nacional? Como aproveitar a imagem do Brasil no mundo na moda? Como expandir marcas nacionais no exterior?

A empresaria e estilista Patrícia Bonaldi, responsável por vestidos vendidos em lojas de luxo pelo mundo, como a Harrod's, em Londres, começou seu processo de internacionalização em 2010. Questionada sobre os maiores desafios da trajetória fora do pais, a designer afirma que, entre atrair o consumidor estrangeiro e arcar os altos custos de produção do Brasil, o último é de fato o mais difícil. "Sempre conseguimos conquistar o olhar das pessoas em feiras, muita gente se interessa pelo nosso trabalho", conta. "Com custos mais baixos, minha marca já teria dobrado de tamanho, dentro e fora do Brasil." 

O Grupo Paquetá investe em exportação desde os anos 1980, com foco na Dumond. "É essencial vender mais do que o produto: vender a marca, a experiência e o valor agregado", comenta Gerson. A marca hoje tem loja no maior shopping em área construída no mundo, em Dubai.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex, realizou recentemente uma pesquisa para avaliar a imagem do Brasil para o mercado externo. E nos 16 países avaliados, o resultado foi que o lifestyle é admirado, assim como a vivacidade e a alegria do brasileiro. Com intenção de otimizar ainda mais essa visão, a empresa criou a expressão Brazil Beyond, adicionando tecnologia e sustentabilidade ao jogo. 

Patrícia e Gerson, experts em exportação, afirmaram que a questão dos custos, assim como as matérias-primas, são desafios palpáveis que a cena atual enfrenta. "É impossível produzir tudo no Brasil", conta Patrícia. Gerson, do Grupo Paqueta, contabiliza 7 mil pares de exportação por mês, e registra que até o couro, material nacional, tem se tornado mais escasso, já que boa parte é vendido para fora do país. "São questões reais do mercado da moda." 

Um dos tópicos mais comentados foi a questão da inovação, ponto forte do Brasil, segundo Isabel Tarisse. "Ter um evento forte como o SPFW credibiliza essa inovação, e assim facilita a comunicação internacional." 

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Para finalizar, Paulo Borges acrescentou que as questões tributárias e trabalhistas precisam ser revistas no País. A moda sofre com os altos custos de impostos, produção e matéria-prima. Ainda assim, ele afirmou acreditar na moda nacional e nos profissionais do setor. Paulo disse torcer para que o Brasil encontre um caminho de desenvolvimento para se manter atuante dentro e fora do Brasil. 

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