Criada para oferecer uma opção aos formatos de varejo de moda tradicionais, a Public Factory, aberta no ano passado no Soho, em Nova York, busca trazer flexibilidade para um mercado nada flexível. Abrir uma loja atualmente é um grande desafio para marcas de moda: investimento alto em pontos, aluguéis caríssimos e altos custos de manutenção aparecem como alguns dos fatores que tornam a aposta cada vez mais arriscada. Está cada vez mais difícil para jovens empresários e designers conseguirem ter lojas físicas (e sabe-se que, sem elas, as grifes perdem força na venda online).
Na contramão desse cenário, o co-retailing surge como uma opção viável. O conceito da Public Factory é bastante simples: doze marcas compartilham um espaço com identidade única, localizado dentro do Soho Grand Hotel. O local foca em marcas em ascensão e funciona como uma fábrica de talentos. O contrato de aluguel para um corner é de três meses e o custo mensal, de cerca de três mil dólares.
Trata-se de um custo-benefício excelente considerando a localização premium no Soho. Para mim o co-retailing aponta para um novo rumo dentro do segmento de moda e promete ser uma excelente alternativa. Alguns pontosda Public Factory que merecem destaque: - Há marcas internacionais descoladas, como Whyred, MBM Paris, Pelcor e Enter Accessories, que querem atuar no mercado americano sem ter que arcar com a complexidade do varejo habitual. - Marcas fortes na venda por atacado, caso da Rhone e da Layremondie, que desejam trabalhar melhor seu posicionamento com o consumidor final. - Players exclusivos do on-line que querem atuar no mundo físico, a exemplo de Mott & Bow, Aksel Paris, Elkel, Orikami e Beau. - Marcas varejistas que desejam um modelo mais eficiente, como a Cockpit USA e a The Sock Shop.
Vale mencionar ainda um dos corners mais bacanas da loja, o da Avant Premiere, do Reino Unido, uma agência criativa londrina especializada em lançar novas marcas de luxo no mercado, com excelente curadoria em moda e design.