Gloria Coelho celebra 40 anos de carreira com exposição

Estilista expõe seus melhores momentos em mostra na Casa Electrolux

PUBLICIDADE

Por Helena Tarozzo
Atualização:
Gloria Coelho 40 anos: em exposição na Casa Electrolux, ela comemora a extensa carreira Foto: Rafael Arbex/Estadão

Há 40 anos, Gloria Coelho dava início à sua moda conceitual, minimal e à frente do seu tempo. Para celebrar o aniversário da marca, a Electrolux, empresa parceira de Gloria há 7 anos, a convidou para uma exposição que mostra os 40 melhores momentos da carreira da estilista. Com montagem do escritório Marko Brajovic, responsável pelas montagens de David Bowie e do Stanley Kubrik no MIS, a mostra abre para o público hoje, sexta-feira, 28, e fica em cartaz até dia 07 de dezembro na Casa Electrolux, no Jardim Europa.

PUBLICIDADE

Nela, divisórias de papel japonês demarcam o espaço como se fossem um labirinto. Entre elas estão posicionados manequins vestidos com peças de desfile, acessórios icônicos, fotos de arquivo pessoal, como uma dela com o filho Pedro Lourenço – segundo Gloria, sua melhor criação - vídeos e croquis que demarcaram a trajetória da estilista. A exposição não é linear, o que faz com que o visitante se perca aos poucos propositalmente na linha do tempo e da história da marca. “Estou muito, muito feliz e agradecida. Foi um imenso presente que ganhei”, conta Gloria. Em entrevista, ela fala sobre a mostra, a sua carreira e os planos para o futuro.

De onde surgiu a ideia da exposição? A Electrolux que me convidou e achou que poderia ser bacana fazer a montagem com o Marko Brajovic. Foi engraçado porque tivemos uma reunião de quinze minutos e já acertamos tudo. E olha que eu sou uma pessoa difícil de agradar. Eles que escolheram as peças no meu arquivo, me passaram, eu dei algumas outras indicações e pronto.

Por que fazer a exposição aqui e não em um museu? Eu já fiz uma no Museu da Casa Brasileira há alguns anos, mas não queria fazer em museu de novo. Lá, por exemplo, é lindo, mas tem aquela casa clássica que não combina muito comigo e com as roupas que eu crio. Aqui já temos essa sinergia toda, já fiz desfiles na Casa Electrolux que foram incríveis e tem toda essa atmosfera tecnológica e minimal que é a minha cara.

Nos mínimos detalhes: antes da vernissage, Gloria Coelho acerta o caimento das roupas nos manequins. Foto: Rafael Arbex/Estadão

Qual é a síntese da sua história? Eu costumo dizer que eu sou amor da cabeça aos pés. E minha moda é amor. Quando a Clô Orozco faleceu, eu fiquei doente, era muito amiga dela, e uma das coisas que me fez ficar melhor foi ir para o ateliê trabalhar. Para mim, moda é energia e me dá uma energia enorme.

O que você espera da sua moda para o futuro? Quero fazer coisas que as pessoas precisam e querem. Penso em coisas muito tecnológicas, como tecidos que mudam de cor apertando um botão e que esquentam ou esfriam conforme a temperatura do dia e do corpo de quem está usando. Roupas que vão entender melhor as pessoas e o mundo.

Qual foi a maior lição da moda para você? Acho que a moda me ensinou a nunca parar. A gente aprende todos os dias trabalhando com moda. A cada dia ficamos mais maduros, já sabemos tecnicamente o que nos agrada mais e o que as pessoas querem. Tem dia que tem que ter inspiração e ela não vem de imediato, mas uma hora ela chega.

Publicidade

O que a Gloria de hoje falaria para a Gloria de 18 anos? Para fazer um curso de administração (risos). Assim, hoje cuidaria melhor das minhas contas e seria independente, sem ninguém me passar a perna.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.