Ela já foi recepcionista de biblioteca, vendedora de sapatos e nunca soube direito o que queria fazer da vida. Como gostava de peças vintage, criou um perfil no extinto MySpace, lá em 2006, e começou a revender peças - de livros a vestidos - que garimpava em feiras e brechós. A ideia despretensiosa evoluiu para uma lojinha no eBay que, por sua vez, deu origem ao Nasty Gal, e-commerce que movimenta atualmente 130 milhões de dólares por ano. Aos 30 anos, com tino para o comércio e olhar apurado para a moda, Sophia Amoruso é dona de um império e responsável pela criação de um case de sucesso.
Hoje, além de comercializar produtos usados de grifes como Chanel, Louis Vuitton e Gucci, a marca Nasty Gal possui linhas próprias de roupas e acessórios. Em novembro passado, a empresa extrapolou os limites da internet e ganhou a primeira loja física, localizada em Los Angeles. Muito aguardada pelas clientes, a inauguração contou com a presença de celebridades do porte de Charlize Theron e filas quilométricas na porta. Pouco antes, Sophia lançou o livro “#Girlboss” (#chefegarota, em tradução livre), em que narra sua trajetória, fala sobre o poder feminino e dá dicas para mulheres que almejam seguir seu exemplo. “O desafio de uma #girlboss é mergulhar no trabalho sem se prender demais nos resultados. Quando o objetivo é ganhar experiência, perspectiva e conhecimento, não há como falhar”, escreve a jovem executiva.
O título tornou-se best-seller. Sem MBAs ou experiências anteriores no currículo, Sophia sabe identificar oportunidades e costurar parcerias certeiras. A coleção desenvolvida em conjunto com Lena Dunham, atriz e criadora da série “Girls”, por exemplo, evaporou do estoque em poucas semanas. Sophia ainda assinou uma linha de maquiagem para a M.A.C. Em seu site oficial, a gigante de cosméticos definiu os tons dos produtos como “tão desafiadores e dramáticos quanto a própria #girlboss.” Ah, sim, Sophia, figura constante nas listas dos jovens empreendedores maisbem sucedidos do mundo, virou uma celebridade.
No início deste ano, por meio de um vídeo, ela anunciou nas redes sociais da Nasty Gal e e em seu perfil pessoal no Instagram o desligamento do cargo de CEO da empresa, que ocupava desde a fundação.As razões da saída causaram especulações no mercado, mas Sophia garante que a decisão foi tomada para que ela possa se dedicar mais às ações de marketing e de criação da marca. Além, claro, de reforçar sua imagem de guru para aspirantes a executivas.