Florença, a sede da moda masculina

A maior feira do setor aponta tendências para o guarda-roupa do homem contemporâneo

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Por Mariana Belley e de Florença
Atualização:
Rapazes estilosos chegam animados à feira Pitti UOMO 

As ruas de Florença, na Itália, viraram uma espécie de passarela para a moda masculina, durante a 86ª edição da Pitti Immagine UOMO, na última semana. Trata-se de uma das maiores e mais importantes feiras de moda do mundo, totalmente voltada para o guarda-roupa do homem contemporâneo. A cidade, que é berço de estilistas reconhecidos como Guccio Gucci e Emilio Pucci, viveu dias de festa, com a presença de executivos, jornalistas, estilistas e fashionistas internacionais, vindos de Nova York, Paris, Londres, São Paulo, entre outros pólos do setor. Cerca de 30 mil visitantes passaram pelo evento e acompanharam as comemorações dos 60 anos do Firenze Hometown of Fashion, que celebra Florença como a capital da moda italiana (e acirra a eterna rivalidade com Milão). 

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A feira, este ano, reuniu mais de 1.030 marcas. Segundo Raffaello Napoleone, CEO da Pitti Uomo, 40% delas são internacionais, vindas de 30 diferentes países. "Batemos os recordes de participantes e visitantes nesta edição", diz ele. O enorme espaço montado no Fortezza da Basso, construção do século XVI, foi dividido por estandes e galpões, e apresentou roupas, acessórios, sapatos, gravatas, meias e lenços, que nortearão o guarda-roupa masculino nas próximas estações. Camisas e ternos com estampas geométricas ou motivos étnicos estão entre as ousadias propostas.

 A alfaiataria italiana, uma forte tradição no país, ganhou releituras e novidades, sempre dentro do universo clássico. O blazer estampado, listrado e o tênis colorido serão tendências para o próximo verão. "O evento não é só importante para a moda italiana, mas para a moda mundial. Ele traz o que há de mais atual no jeito sofisticado de se vestir ", diz a jornalista brasileira

Consuelo Blocker, que acompanhou a feira ao lado da mãe, Costanza Pascolato. "Não é uma mostra sobre a vanguarda, mas sobre a qualidade comercial de moda", afirma Consuelo 

Para consultora de estilo Helena Montanarini, de São Paulo, a moda masculina não é questão de quantidade. E sim de qualidade. "A alfaiataria brasileira, por exemplo, não acompanha as tendências na mesma velocidade que os alfaiates italianos", diz Helena.

Na cerimônia de inauguração do evento, que aconteceu no Palácio Vecchio na terça-feira, 17, o primeiro ministro da Itália Matteo Renzi falou sobre a história da cidade e sobre a importância de marcas como Roberto Cavalli e Gucci para a moda. "Estou convencido de que o melhor momento ainda está por vir. No mundo, há tanta fome de beleza que a Itália deve investir mais nesta área".

Para o jornalista Imrar Amed, fundador e editor chefe do site inglês The Business of Fashion, o mercado de moda para homens passa por uma grande transformação. "Os homens estão mais envolvidos com o estilo e a moda e o Pitti Uomo fica no coração deste mercado", disse ele. Durante o evento, Amed lançou uma plataforma digital que reúne os principais varejistas de moda masculina, distribuídos em 19 países, com foco na indústria global. Estão entre eles, lojas dedepartamentos como a norte-americana Bergdorf Goodman e a britânica Harrods. 

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