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Fashion Revolution Day questiona condições de trabalho na indústria da moda

Movimento que ocorre nesta sexta, 24, nas redes sociais pede que as pessoas usem as roupas do avesso, com a etiqueta à vista, para mostrar que se importam com a origem das peças

Por Mariana Belley e Giovana Romani
Atualização:
A estilista Stella McCartney participa da campanha Fashion Revolution Day 

O dia 24 de abril é marcado pelo Fashion Revolution Day, movimento internacional que tem como objetivo a conscientização sobre os impactos ambientais e sociais causados pela indústria da moda. Ao pedir que as pessoas postem fotos usando roupas do avesso, com a etiqueta à mostra, a iniciativa propõe uma reflexão sobre a origem das roupas e as etapas do processo de confecção. Há matéria prima animal? A produção causou algum dano ao meio ambiente? A marca está envolvida em alguma denúncia de trabalho escravo?"A cadeia produtiva deve ser saudável tanto do ponto de vista das condições para a mão-de-obra quanto da escolha de matérias primas, de modo a não gerar impactos negativos na saúde dos funcionários em cada trecho do processo", afirma Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu.

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Para Mattar, valorizar a produção local em detrimento da global é uma dos melhores caminhos para o consumo consciente. "A confecção que se vale da divisão global do trabalho tende a causar impactos muito piores do que aquela que busca seus fornecedores o mais próximo possível do local de consumo. No primeiro caso, as externalidades do processo são maiores, seja do ponto de vista de emissão de carbono no transporte, que contribui para o aquecimento global, seja do ponto de vista da exploração indigna de mão-de-obra, quando se pagam salários muito abaixo do necessário para viver, seja do ponto de vista da dificuldade de conhecer as condições da produção em termos da poluição causada no ar, água e terra, e das condições oferecidas aos trabalhadores", explica ele.

O Fashion Revolution Day surgiu após o Edifício Rana Plaza, que abrigava confecções de roupas em Daca, Bangladesh, desabar, deixando mais de 1.130 mortos e 2.500 feridos. Ocorrida no dia 24 de abril de 2013, a tragédia é considerada como uma das mais graves da indústria têxtil. 

Na internet, os adeptos da campanha utilizam as hastags #whomademyclothes e #fashrev, que já contam com mais de 10 mil fotos no Instagram. Em 2014, pessoas de mais de 60 países ao redor do mundo participaram da ação. 

Nesta edição, personalidades da moda, como a estilista Stella McCartney, a modelo Lily Cole, o estilista brasileiro Alexandre Won e a brasileira Chiara Gadaletta, criadora do evento Ecoera, já postaram suas imagens, assim como o perfil da marca americana American Apparel. Para participar, vire uma peça de roupa pelo avesso, mostre sua etiqueta, tire uma selfie e compartilhe nas redes sociais.

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