Etiqueta para pais separados: você deveria obrigar seu filho a visitar o ex?

A maneira como você encorajará seu filho a passar algum tempo com o pai irá fazer toda a diferença

PUBLICIDADE

Por Blackstone
Atualização:
Quando se trata de ir para a casa do pai, por alguma razão os pais divorciados acham que não devem se impor como pais e deixar os filhos agirem segundo sua própria vontade Foto: Pixabay

P - Estou separada do meu marido há mais de um ano. Temos um filho de oito anos. Nos últimos temos, sempre que chega a hora de ele ir para a casa do pai, meu filho mostra certa resistência, por isso decidi cancelar as duas últimas visitas. O pai dele está furioso comigo e diz que eu deveria obrigá-lo a ir. Não concordo com isto. O que manda a etiqueta?

PUBLICIDADE

R - A boa etiqueta diz que é preciso compreender que seu filho precisa de ambos os pais e, a não ser que ele não se sinta à vontade com o pai por alguma razão, é sua responsabilidade como mãe reforçar as tentativas do pai dele de ser um bom pai, assim como é responsabilidade do pai dar à mãe todo o seu apoio. Esta seria a ordem natural das coisas se você e o pai ainda estivessem juntos, mas como não estão, não há nenhum incentivo para interceder - e infelizmente, quem sai perdendo e seu filho.

Alguns pais perguntam: "Você está dizendo que eu deveria obrigar meu filho a ir?" A resposta simples é: "É claro!" Vamos analisar as coisas. Se seu filho dissesse que não quer arrumar o seu quarto, você diria: "Tudo bem, querido", ou você o obrigaria a fazer isto? E quanto a fazer o trabalho de casa e ir para a escola? Você não teria nenhum problema em obrigá-lo a ir. Mas quando se trata de ir para a casa do pai, por alguma razão os pais divorciados acham que não devem se impor como pais e deixar os filhos agirem segundo sua própria vontade.

A maneira como você encorajará seu filho a passar algum tempo com o pai irá fazer toda a diferença. Se por exemplo disser: "Procure encarar a coisa da melhor maneira possível, você logo estará de volta em casa", só contribuirá para indispô-lo com o pai. Se você quer realmente ajudar seu filho a encarar com naturalidade o fato de ter de ir para cá e para lá, tente outra estratégia: "Querido, agora é a vez da mãe (ou do pai). Eu vou ficar esperando por você". Se o pai (ou a mãe) tem alguma coisa especial planejada, pergunte se poderá discuti-la com seu filho - não estrague a surpresa, mas reforce a oportunidade de o filho passar um tempo com o pai (ou a mãe).

Certa vez, expliquei isto a uma mãe que ouviu atentamente e depois perguntou: "Por que eu deveria ajudá-lo? Ele foi um idiota". Expliquei que ela não estava ajudando seu ex, mas estava ajudando o filho. Ela deveria facilitar a transição de uma casa para a outra para o seu filho, ajudando-o a sentir-se à vontade em ambas as casas. Neste caso, você estará colocando o seu filho em primeiro lugar, esta é a regra fundamental da boa etiqueta para pais separados.

Finalmente, é claro que os pais devem sempre perguntar: "Por quê?" se o filho hesita em visitar o outro, particularmente se uma criança gostava de visitá-lo, e depois de repente não quis mais. Mas isto não significa necessariamente que os pais precisem conversar entre si e discutir suas próprias atitudes. Se os pais colocarem de lado os próprios interesses e procuram o outro por amor do filho, estarão verdadeiramente compartilhando a educação dos filhos, e esta é a boa etiqueta no caso de pais separados.

Tradução de Anna Capovilla

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.