Entre elas: Costanza Pascolato e Consuelo Blocker falam de moda

Quando o assunto é estilo, nada melhor do que chamar duas experts no tema. Aqui, mãe e filha debatem questões fashion, atuais e de família

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Por Marina Domingues
Atualização:
Consuelo Blocker e Costanza Pascolato: estilo que vem de família Foto: Márcio Fernandes/Estadão

De um lado, Costanza Pascolato. Do outro, sua filha Consuelo Blocker. Entre elas, a moda, um denominador comum.A mãe, consultora de moda, é um dos maiores ícones de estilo do Brasil, e sua filha, Consuelo, herdou o gene fashion. Além de viajar o mundo para acompanhar as semanas de moda há mais de quinze anos, Consuelo é blogger e tem um olhar atento para as tendências de rua e de passarela. Em um encontro, convidamos a dupla para uma entrevista, na qual filha pergunta para mãe e vice-versa. O resultado você confere aqui.

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De Consuelo para Costanza:

Quando foi a primeira vez que você viu uma referência fashion em mim? Quando você me pediu aquela bota de zíper dos anos 60, branca de verniz até o joelho. E a resposta foi um não categórico. Claro que não, você acha que eu ia deixar? Você tinha oito ou dez anos, e me pediu essa bota com a maior empolgação do mundo, achando o máximo. 

Eu te copiava na infância? Nunca. Eu já viajava bastante e comprava roupas para você na Carnaby Street (famosa rua de compras em Londres), que estava começando naquela época. Então trazia peças de designers novos daquela revolução e efervescência cultural da Swinging London. E eu também já tinha um jeito de me vestir, tinha compromissos sociais e não podia exagerar tanto. 

Você vê muito do seu estilo em mim? Acho que você cresceu com um estilo próprio, que é uma coisa da sua personalidade. Você nunca me copiou, por mais que a gente tenha casacos iguais, mas sempre que usamos não fica parecido. 

Qual é sua década da moda preferida? Não tenho uma preferida. Tenho muita sorte de ter nascido na primeira metade do século vinte, e gostar de moda até hoje. Leio, e faço uma leitura de cada época, e todas tiveram alguma coisa interessante. E me dei muito bem com os anos 1960, que era o momento que eu tinha me casado, então comecei a ser independente nessa época e combinou com a fase que a mulher também começou a se liberar, por isso foi interessante para mim. 

O que mais gosta na moda atual? A aparente liberdade que a gente tem.

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E qual é o maior pecado fashion dos dias de hoje? Essa mesma liberdade, porque as pessoas querem pertencer a certos grupos, então perdem identidade. 

Se pudesse roubar algo do meu armário, o que seria? Toda sua coleção de suéteres de cashmere.

De Costanza para Consuelo:

Qual é a maior herança de moda que eu te dei? Tem muitas coisas lindas que você me deu. Às vezes são coisas mais caras, ou que duram mais. Tem um cinto da Valentino de crochê e elástico, que fazia parte de um casaco e eu continuo usando. Nem é uma peça tão importante, mas me serve como um curinga do armário. 

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E o maior ensinamento de estilo? O respeito pela estética. Aquilo que você sempre fala, que sair arrumada é um respeito pelos outros. 

Qual é sua primeira memória de moda relacionada a mim? É curioso, nunca tive um momento de epifania, isso rodeava a gente lá em casa. Para mim era natural essa elegância da família, a gente produziu tecidos a vida inteira, me casei com alguém que também tinha essa relação com moda, isso é uma constante na minha vida, sempre foi. 

Como foi crescer rodeada dessas referências? Para mim há três tipos de moda: o consumo; a ciência, que é quando a gente vê os desfiles e coloca as tendências em um momento histórico; e o estilo, que é o caso da nossa família, vem do DNA. E não é uma coisa esnobe, é que a gente não conhece outra maneira de ser.

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Qual é a peça de roupa que mais faz você lembrar de mim? Por quê? Um blazer, lógico. Alfaiataria em geral.

Tem saudade de alguma moda que já passou? Por quê? Não, até porque continuo usando tudo que gosto do passado, ainda mais hoje em dia. 

O que você mais gosta na moda atual? A tecnologia, que faz com que as peças sejam mais confortáveis e mais duráveis. É mais uma questão de praticidade, não de estilo. 

Se pudesse roubar algo do meu armário, o que seria? É tudo tão lindo, que eu não sei o que roubaria. Acho que as joias. 

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