Emmanuel Macron oferece jantar histórico para a realeza da moda

Presidente da França visa estreitar os laços com a indústria, a mais lucrativa do país

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Por Pascale Denis and Sarah White
Atualização:
Emmanuel e Brigitte Macron, ao centro, foram anfitriões de um jantar com os mais importantes trabalhadores do mercado da moda francês Foto: Soazig de la Moissonniere/ Presidencia da República Francesa/ Divulgação

Nenhum país é um reduto de moda maior do que a França - e, aparentemente, o presidente Emmanuel Macron pretende mantê-lo assim. Ele convidou os estilistas que apresentam suas coleções na Semana de Moda de Paris, de marcas com apelos diferentes, do francês Jean-Paul Gaultier ao libanês Elie Sabb, para um jantar no Palácio Élysée, na segunda, 5, para estreitar seu relacionamento com um dos setores mais lucrativos do país.  "Meu desejo é que os designers, não importa se eles venham da India, do Japão, da África, dos Estados Unidos ou da China, considerem criar no nosso país, e faremos de tudo para facilitar seu trabalho", declarou Macron, que foi o anfitrião do evento que recebeu convidados como o designer de sapatos Christian Louboutin, a editora-chefe da 'Vogue América' Anna Wintour e a estilista Maria Grazia Chiuri, que comanda a Dior.

A esposa do presidente, Brigitte, também estava presente, e usou um vestido de uma de suas marcas favoritas, a Louis Vuitton.  Os desfiles e a indústria de moda já são um importante motor para a economia e para a criação de empregos, numa época em que o governo está fazendo de tudo para abaixar a taxa de desemprego, que está em níveis altos, perto de 9%.  Um estudo feito pelo Instituto de Moda Francês (IMF), coloca o setor à frente do automotivo quando se trata de vendas anuais, ultrapassando 150 bilhões de euros - incluindo joias, relógios, cosméticos e perfumes. 

"Já estava na hora. A moda é uma especialidade francesa, assim como aviões de combate", disse o estilista Julien Fournie momentos antes do jantar. Ele também afirmou que espera mais iniciativas para ajudar o setor tradicional a se adaptar à nova tecnologia, mas também encorajar e apoiar os mais jovens que querem participar deste mercado.  A comitiva de Macron afirmou que planeja trabalhar com o setor, apoiando o seu sistema criativo, que abrange de oficinas para artesãos até grandes fornecedores das grifes. 

Paris já é o lugar que tem mais estilistas estrangeiros participando da semana de moda, com metade das grifes que fazem parte do evento, comparado com 13% em Milão, de acordo com Pascal Morand, diretor da Federação de Alta-Costura.  Marcas norte-americanas como Thom Browne, Proenza Schouler e Rodarte são algumas das muitas que sairam das passarelas de Nova York para as parisienses, e alguns dos designers que tiveram esta iniciativa afirmaram que a cidade oferece mais facilidades para que os clientes comprem.  "Foi natural a minha decisão de desfilar aqui, porque todos os motores e agitadores da indústria estão aqui", explicou a chinesa Anais Mak, que comanda a grife Jourdan, e apresentou sua última coleção na terça, 7, na Semana de Moda de Paris. "Existem muitos estilitas iniciantes que estão desenvolvendo seu negócio ao lado das tradicionais grifes que transformaram a França na capital da moda." 

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