Inspirados pela edição do Caderno 2 'especial Bergman', dedicado a um dos mais influentes e cultuados cineastas da história e que completaria 100 anos no próximo sábado, 14, elencamos cinco momentos em que sua obra e ele mesmo foram involuntaria e surpreendentemente inspirados ou inspiradores para a moda. Confira a seguir.
Vogue Itália, novembro de 2008
Na capa e no recheio da edição, um (belo) ensaio com imagens de Steven Meisel e moda de Karl Temper, evocava a fotografia de Persona (1966), um dos mais importantes da filmografia do sueco, estrelado pelas atrizes Liv Ullman e Bibi Andersson.
Inverno 2010 de Alexandre Herchcovitch
Numa de suas mais memoráveis coleções masculinas, Alexandre Herchcovitch se inspirou em O Sétimo Selo (1957), o filme em que um cavaleiro medieval disputa uma partida de xadrez com a Morte - valendo sua vida. Na passarela, além da sensacional maquiagem de caveira/morte (símbolo da grife), muito preto, branco e xadrez, ponchos que remetem ao manto negro da personagem e tricôs que emulavam malhas metálicas.
O figurino de Fanny & Alexander (1982)
De perfil biográfico, revisitando memórias de sua infância e da família, o mais premiado drama do diretor tem mais de três horas de duração e ganhou estatuetas do Oscar em 1984 nas categorias Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino, assinado por Marik Vos. Numa passagem do filme, a avó Helena Ekdahl discorre sobre o papel das roupas e das aparências: “Agora vou lavar meu rosto, arrumar os cabelos, colocar meu corset e meu vestido de seda. Uma mulher apaixonada e chorosa se transforma em avó. Nós interpretamos nossos papéis. Alguns o fazem com negligência, outros com bastante cuidado. Pertenço à última categoria.”
A jaqueta Bergman
Em 2017, o estilo do cineasta (anti-moda, prático e funcional) inspirou uma coleção da marca sueca Whyred, focada em clássicos. Uma das peças foi batizada de jaqueta Bergman, um casaco de lã, preto, com abotoamento duplo e costuras internas muito parecido com um bastante usado pelo artista.
Fã de Sex and The City
Um lado B e pouco conhecido do autor de filmes densos, ricos em drama, questões existenciais e psicologia: ele amava assistir ao programa dos Muppets - seu personagem favorito era o Animal, o baterista sem freio da atração - também era fã de Sex and The City. As revelação foi feita por sua filha mais nova, a jornalista e escritora norueguesa Linn Ullmann, em uma entrevista à revista W em 2009. “As mulheres são lindas e elas falam sacanagem”, teria comentado com a filha. “Você fala assim também com suas amigas?”, questionou ele, um artista fascinado pelo universo feminino.