Da alta costura para o bodywear

O estilista André Lima se reinventa e, ao lado de Sandra Chayo, diretora da Hope, cria a nova marca NU

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Por Jorge Grimberg
Atualização:
André Lima e Sandra Chayo na inauguração da loja Foto: divulgação

O estilo de vida urbano muda e, com ele, novos produtos e serviços surgem para acompanhar os tempos atuais. Há alguns anos, o estilista André Lima era responsável por um dos desfiles mais aguardados da SPFW: seus shows de luxo exótico, com peças de shapes requintados, estampas deslumbrantes, beleza exagerada e trilhas dramáticas, marcaram época na moda nacional.

Com a mudança na velocidade do consumo, essa moda meticulosa e teatral foi cedendo espaço para um novo momento, mais prático e versátil. É o tempo de vida autêntica. Hoje, o ordinário deve ser extraordinário e os grandes espetáculos se tornaram raros na moda. Nesse contexto, marcas antigas se reinventaram, outras novas surgiram. Agora, em vez de criar vestidos fabulosos, André se aproxima do lifestyle de suas consumidoras com a marca NU, desenvolvendo peças para mulheres que desejam transitar de maneira estilosa entre a praia e a academia.

Lookbook Nu Foto: divulgação

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"A NU nasceu com o conceito de vestir a mulher nos momentos em que ela está com o corpo exposto. Por isso, chamamos nosso produto de bodywear", afirma Sandra Chayo, diretora da Hope Lingerie, empresa que concebeu a nova label ao lado de André Lima. "Estavamos ensaiando entrar em outro segmento que não fosse a moda íntima há alguns anos. Então contratamos o André, que nos ajudou a formatar a NU”, conta ela.   Para o estilista, a mudança da alta costura para o bodywear foi grande, mas André garante que sua visão de moda permanece a mesma. "A transição foi bem natural. Meu processo não mudou. A diferença é que, mesmo tendo sempre o corpo e os desejos da mulher brasileira em mente, agora a proporção das roupas é bem menor e as técnicas de modelagem e costura são outras", diz o estilista. 

A primeira coleção da marca mistura tecidos de lingerie com materiais do universo esportivo. "Depois de mais de 15 anos trabalhando com moda festa, foi difícil segurar o André. A tendência dele é sempre partir para a sofisticação", conta Sandra. "Quando crio, penso em uma roupa que, embora concebida para um uso específico, deve ser versátil para ser usada em outras ocasiões. Assim, um body de balé acompanhado de uma calça de alfaiataria vira roupa de trabalho, e uma legging com recortes estratégicos e mistura de texturas, se usada com T-shirt e jaqueta perfecto, vai a um show de rock", afirma André, ao explicar a funcionalidade das peças. 

Sandra Chayo, diretora da Hope Foto: divulgação

Com uma pop up store no Shopping Higienópolis durante seis meses e corners nas lojas Hope em todo o Brasil, a marca prova que ainda existe espaço para renovação no varejo de moda no País. "É hora de apostar, mas com design e gestão caminhando juntos. O futuro ficará nas mãos de quem souber dosar a criatividade e o business, criando produtos que acompanhem a velocidade da nossa época”, diz André. 

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