Como o empresário Vinicius Dapper está revolucionando o mercado de sapatos no Brasil

'Minhas peças são concebidas como obra de arte', diz o designer gaúcho que acaba de comprar a marca Zeferino

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Por Lays Tavares
Atualização:
Vinicius Dapper começou a desenhar sapatos com 12 anos Foto: Zeferino/Divulgação

Vinicius Dapper é o exemplo do resgate da profissão de sapateiro. O designer gaúcho, que começou a desenhar sapatos aos 12 anos, hoje tem sua marca própria e uniu-se a investidores para comprar a Zeferino, uma das grandes grifes de calçados do país. 

Já aos 17, Vinicius começou a trabalhar na região do Vale do Sino, polo tradicional da indústria calçadista no Rio Grande do Sul, como modelista na Dilly (hoje grupo Dass), produzindo tênis para marcas como a Nike, Puma e Fila. Depois foi para o grupo Alpargatas, onde ficou à frente da Soul Collection da Havaianas. Foram 12 anos de experiência até lançar a marca Vinicius Dapper, com peças feitas à mão e sob medida para o público feminino e masculino. “Estava com sede de empreender. Tinha muita vontade de fazer uma sapataria de maior valor agregado.”, conta. 

"Ela foi pensada com os principais modelos que não podem faltar no guarda-roupa da mulher moderna. Tem produtos refinados, autênticos, mas que possui o conforto tão buscado hoje em dia. Quero trazer mais o lado masculino da Vinicius Dapper para essas peças", explica Vinicius sobre a coleção Closet Foto: Zeferino/Divulgação

Hoje, o designer e empreendedor vem dando passos largos. Conseguiu um investidor para sua marca quando ela tinha apenas três anos e agora entra de cabeça em um novo desafio: ao lado do sócio, comprou a Zeferino, marca de Novo Hamburgo com forte atuação nacional. “As coisas aconteceram muito por acaso. Entre a montagem da empresa até o fechamento do primeiro negócio com um investidor foi um período tenso e desafiador. Fazia de tudo: desde a criação e produção até os posts nas redes sociais. Com ajuda da família, abri um estúdio em Porto Alegre para atender diretamente as clientes e fui ganhando visibilidade. Após ser chamado por alguns estilistas como Helen Rodel e Francisco Terra para desfilar em semanas de moda lá fora, comecei a me inserir no mercado de São Paulo. Foi aí que, em 2015, um cliente me chamou para fazer um sapato e no papo ele acabou virando nosso investidor. Já pensávamos em abrir uma loja da Vinicius Dapper na capital paulista, planejamos tudo, mas quando vim conheci o pessoal da Zeferino e vi ali uma grande oportunidade”.

Foram 12 anos de experiência até lançar a marca Vinicius Dapper, com peças feitas à mão e sob medida para o público feminino e masculino Foto: Zeferino/Divulgação

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“O segredo do negócio são apenas três pontos: ter capital para financiar as operações, ter um objetivo claro e ter gente talentosa que ama o que faz.”

Segundo Vinicius, seu novo desafio agora está em gerir equipes para integrar todo o processo - de criação até a venda. “Temos que trazer essa cultura e paixão pelo sapato premium não só pro consumidor, mas também quem está dentro da empresa e até da cadeia de fornecedores. Quem consome e quem faz. Seja um business de moda ou qualquer outra área, a empresa é um organismo vivo e os setores precisam conversar para progredir”.

Desde abril deste ano, quando a compra da Zeferino foi efetivada, o designer planeja sua coleção de estreia, mantendo sua essência e dando um refresh na marca que está há 10 anos no mercado. “A compra foi feita com dois objetivos: colocar a Zeferino em patamar internacional e inserir a Vinicius Dapper em uma cadeia de valor que já está desenvolvida”.

Esse novo respiro da Zeferino já tem nome: a nova coleção se chama Bossa Nova e terá modelos minimalistas com muita cor. “Podemos esperar tons terrosos como marrom e caramelo, assim como rosa, azul e o clássico preto. Couro, tela, cetim, corda e ornamentos de metal são o grande forte de materiais.”, adianta. “Vamos manter o solado rosa bebê e pink, marca registrada da Zeferino. O que muda é que estamos trabalhando com mais cuidado em alguns refinamentos, já de olho no mercado internacional. Encaro a concepção do produto como algo muito sério. Além disso, não vamos lançar coleções freneticamente. Esses sapatos são criados com muito cuidado e concebidos como arte. O artesão precisa de tempo para maturar a criação. O que teremos sim são diferentes formas de ver o mesmo produto.”

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O jovem empresário não pensa pequeno: “Meu objetivo é fazer o melhor sapato brasileiro do mundo. Com a nossa autenticidade, nossa vibe e com um padrão de qualidade de nível global. A indústria européia é muito bem desenvolvida, os sapatos italianos e espanhóis são muito bons. O nosso diferencial é que o sapato brasileiro é muito confortável e o mercado sabe disso. E mais: brasileiro tem uma capacidade de relacionamento e interação com pessoas que não há no resto do mundo. Matéria-prima nós temos, então se a gente conseguir unir essa essência a uma cultura de padrão de qualidade, ganhamos o mundo”.

“O segredo do negócio são apenas três pontos: ter capital para financiar as operações, ter um objetivo claro e ter gente talentosa que ama o que faz.”

Segundo Vinicius, seu novo desafio agora está em gerir equipes para integrar todo o processo - de criação até a venda. “Temos que trazer essa cultura e paixão pelo sapato premium não só pro consumidor, mas também quem está dentro da empresa e até da cadeia de fornecedores. Quem consome e quem faz. Seja um business de moda ou qualquer outra área, a empresa é um organismo vivo e os setores precisam conversar para progredir”.

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Desde abril deste ano, quando a compra da Zeferino foi efetivada, o designer planeja sua coleção de estreia, mantendo sua essência e dando um refresh na marca que está há 10 anos no mercado. “A compra foi feita com dois objetivos: colocar a Zeferino em patamar internacional e inserir a Vinicius Dapper em uma cadeia de valor que já está desenvolvida”.

Esse novo respiro da Zeferino já tem nome: a nova coleção se chama Bossa Nova e terá modelos minimalistas com muita cor. “Podemos esperar tons terrosos como marrom e caramelo, assim como rosa, azul e o clássico preto. Couro, tela, cetim, corda e ornamentos de metal são o grande forte de materiais.”, adianta. “Vamos manter o solado rosa bebê e pink, marca registrada da Zeferino. O que muda é que estamos trabalhando com mais cuidado em alguns refinamentos, já de olho no mercado internacional. Encaro a concepção do produto como algo muito sério. Além disso, não vamos lançar coleções freneticamente. Esses sapatos são criados com muito cuidado e concebidos como arte. O artesão precisa de tempo para maturar a criação. O que teremos sim são diferentes formas de ver o mesmo produto.”

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