Biblioteca de modelagens de roupa repensa cadeia produtiva
No projeto Ateliê Vivo, é possível costurar própria peça a partir de desenhos de estilistas como Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga
Por Marília Marasciulo
Atualização:
No primeiro andar da Casa do Povo, prédio centenário no Bom Retiro, pólo têxtil da capital paulista, uma biblioteca de modelagens permite que desenhos de grandes estilistas ganhem forma e novas versões nas mãos de consumidores finais. O local é parte do projeto Ateliê Vivo, que completa um ano em maio e tem como objetivo transformar a lógica da moda e repensar a cadeia produtiva como um todo. Lá, é possível vivenciar o começo, meio e fim da confecção de uma peça. O acervo conta com mais de 300 croquis doados por estilistas comoAlexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Wilson Ranieri, Juliana Jabour, e Fernanda Yamamoto. Criado pelo G>E (Grupo Maior que Eu), um coletivo coordenado pela estilista Karlla Girotto que existe há três anos, o projeto recebeu, entre junho e outubro do ano passado, cerca de 300 pessoas interessadas em aprender a produzir a própria roupa. Todos os sábados, das 14h às 21h, artistas, arquitetos, psicólogos e até crianças costuraram as peças na Casa do Povo. Para isso, bastava ter noções de corte e costura (as modelagens são separadas por nível de dificuldade), se inscrever gratuitamente por e-mail e levar o tecido. Com dois metros de um tecido como a chita, algodão que custa em média R$ 5 o metro, é possível fazer uma blusa, vestido ou calça.
Projeto Ateliê Vivo repensa cadeia de produção da moda
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Ateliê Vivo
Fundado pelo G>E (Grupo Maior que Eu), um coletivo coordenado pela estilista Karlla Girotto que existe há três anos, o projeto recebeu mais de 300 pes... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
Ateliê Vivo
Criado no ano passado, o projeto Ateliê Vivo tem como objetivo intervir na lógica da moda, permitindo que consumidores finais costurem as próprias rou... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
Ateliê Vivo
No acervo do projeto Ateliê Vivo, há mais de 300 croquis de estilistas como Wilson Ranieri, Juliana Jabour, Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga e Fe... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
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"A moda está cada vez mais efêmera e nós queremos conscientizar as pessoas sobre isso, pois a produção de uma roupa é complexa e demorada", afirma Gab... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
Ateliê Vivo
Todos os sábados, das 14h às 21h, artistas, arquitetos, psicólogos e até crianças costuraram as próprias roupas na Casa do Povo. O prédio de 1953 loca... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
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As modelagens são divididas em tamanhos e níveis de dificuldade. Há também especificações sobre acabamento e o tipo de tecido ideal para a roupa. Foto: Nilton Fukuda/ Estadão
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Para participar, bastava ter noções de corte e costura, se inscrever gratuitamente por e-mail e levar o tecido. Com dois metros de um tecido como a ch... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
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Na foto, uma das participantes do projeto exibe a modelagem e veste a peça costurada por ela própria. Foto: Divulgação
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Em 2015, o projeto teve financiamento do Programa de Ação Cultural (ProAC), oferecido pelo governo do estado. Foto: Nilton Fukuda/ Estadão
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Os organizadores estão em busca de patrocínios para realizar a edição deste ano a partir de maio - uma ideia é fazer uma vaquinha em sites como Catars... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
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O local também abriga os 15 integrantes do G>E e funciona como uma espécie de coworking, mas além de trabalharem em projetos próprios, os artistas têm... Foto: Nilton Fukuda/ EstadãoMais
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Ela também considera interessantefazer as pessoas verem que a roupa, na verdade, vem de um papel, que quem desenhou pensou o corpo em um papel. Foto: Nilton Fukuda/ Estadão
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Em 2015, o projeto teve financiamento do Programa de Ação Cultural (ProAC), oferecido pelo governo do estado. Os organizadores estão em busca de patrocínios para realizar a edição deste ano a partir de maio - uma ideia é fazer uma vaquinha em sites como Catarse. Também há planos de criar oficinas de corte e costura.
"A moda está cada vez mais efêmera e nós queremos conscientizar as pessoas sobre isso, pois a produção de uma roupa é complexa e demorada", afirma Gabriela Cherubini, uma das coordenadoras do projeto. "Está tudo muito acelerado, ninguém pensa, só compra. Esperamos que, ao costurar a própria roupa e entender melhor o processo, as pessoas se questionem e pensem melhor antes de consumir tanto sem necessidade."