American Apparel declara falência, mas mantém operações

Pedido tem como objetivo reestruturar dívidas da empresa de Los Angeles, que não lucra desde 2009. Crise reflete a dificuldade de grifes em competir com marcas de fast fashion, como H&M, Forever 21 e Zara

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Por SUPRIYA KURANE
Atualização:
A única loja da American Apparel no Brasil, localizada na Rua Oscar Freire, em São Paulo, fechou as portas em agosto deste ano Foto: Divulgação

A marca de roupas americana American Apparel entrou com um pedido de proteção de falência nesta segunda-feira, 5. A medida tem como objetivo reestruturar as dívidas da empresa de Los Angeles, que não lucra desde 2009. A companhia anunciou que espera diminuir suas dívidas de US$ 300 milhões para US$ 135, com a eliminação de mais de US$ 200 milhões de títulos em trocas de participação acionária.   Quem mais deve sofrer é o fundador da marca, Dov Charney, demitido de seu cargo de diretor executivo em dezembro do ano passado sob alegações de más-condutas, entre elas, corrupção e falha ao não evitar que um subordinado publicasse informações difamatórias sobre ex-funcionários em um blog. Há alguns anos, Charney também foi acusado de assédio sexual. Segundo Neil Saunders, diretor executivo da empresa de pesquisas Conlumino, a participação do fundador na empresa será eliminada, assim como a de outros acionistas.   A declaração de falência não foi uma surpresa - executivos da American Apparel, cujas ações custavam US$ 11,20 na sexta-feira, 2, disseram em agosto que talvez não teriam dinheiro o suficiente para manter as operações por um ano. O valor da empresa na sexta-feira era de US$ 20,5 milhões. A crise na marca reflete a dificuldade que o setor de roupas para adolescentes tem enfrentado para competir com marcas de fast fashion, como H&M, Forever 21 e Zara. No ano passado, outras grifes como Wet Seal, Cache Inc, Deb Shops, Delia*s e Body Central Corp também declararam falência.  

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