Desde que chegou à Dior, em 2012, Raf Simons não tem medido esforços para trazer a alta-costura para o dia-a-dia. Sendo em coleções esportivas ou no uso de tecidos mais usuais na nossa rotina, o diretor criativo da maison começou uma onda que promete não parar tão cedo: os desfiles de couture não são mais tão inalcançáveis e, sim, cada vez mais palpáveis. Isso falando de silhuetas, peças e coordenações propostas.
Para o seu desfile de verão 2015, Raf parou um pouco de tentar olhar para o futuro e olhou para as décadas de 50, 60 e 70. Em partes do desfile, a silhueta era seca e os looks inspirados em David Bowie, perfeitos para a ala mais jovem da seleta clientela da Dior Couture. Em outras, o New Look dos anos 50 vem reeditado com plissados com fitas aplicadas criando listras coloridas ou em versões de neoprene, tecido explorado no prêt-à-porter que agora ganha novo fôlego. Na versão setenta do desfile de Raf Simons, estampas hiperbolizadas colorem macacões ultra colados ao corpo.
Nos pés, as botas fetichistas envernizadas ultracoloridas iam ora até o tornozelo (em looks curtíssimos) ora até o alto da coxa, em looks mais femininos com silhueta em A. O salto, vazado, merece sua atenção, assim como as versões ultradecoradas dos sapatos. Raf Simons criou uma coleção ultradesejável e que se conecta com os desejos do agora, não só do ontem.