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A nova era da Gucci

Alessandro Michele estreia como estilista da marca com uma coleção romântica e andrógina

Por Giuliana Mesquita
Atualização:
 

O inverno 2015 da Gucci marcou o começo de uma nova era. Alessandro Michele foi escolhido como o diretor criativo da marca dia 21 de janeiro deste ano, tendo, então, pouco mais de um mês para criar a coleção inteira da marca. Seu maior desafio como o novo estilista da tradicional marca italiana é elevar os números de vendas da marca, que vêm caindo exponencialmente nos últimos anos. Para isso, o italiano deu uma guinada de 180º no estilo sexy de Frida Giannini e trouxe uma ótima coleção romântica, com uma pitada de androginia - característica que já conhecemos do seu trabalho na temporada masculina da marca e que Miuccia Prada já vem fazendo há algumas temporadas. 

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Inspirada no passado, sem, no entanto, especificar datas, Michele trabalha seus códigos preferidos de cada década. Das românticas rendas, que revelam bastante, às boinas boêmias da década de 70, nada tem cheiro de mofo. A imagem proposta pelo estilista é uma grande mistura de várias referências, o que torna a coleção ultra desejável. Na parte mais feminina da coleção, vestidos ultratransparentes, estampas florais e saias plissada mídi, que são combinadas com bodies de renda ou camisas com mangas bufantes.

A androginia que marcou o primeiro trabalho de Alessandro Michele como aspirante à estilista da Gucci, na temporada masculina de inverno 2015, aparece novamente no seu desfile feminino. Mas, mais do que a presença de modelos do sexo masculino na passarela, as calças de alfaiataria mais largas, combinadas com casacos longilíneos de shape afastado do corpo, camisas abotoadas até o pescoço - mesmo que esse não seja um código masculino há algumas temporadas -, terninhos estampados e lenços fazendo as vezes de gravatas davam a cara da nova Gucci. Uma bela coleção, que deve ser sucesso de vendas pelas suas peças, mas também pelo fator novidade para a marca que elas carregam.

É fato que a moda adora um debut. Mesmo que não seja de um estilista com nome badalado. A estreia de Alessandro Michele na Gucci mostra que a marca tem sede de novidade, de sangue jovem, de construir seu nome como estilista. Se em apenas um mês o estilista construiu essa coleção, estamos ansiosos para ver o que ele vai fazer com a marca quando tiver mais tempo. 

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