A Moda e a Cidade: Luciana Brito

A galerista Luciana Brito fala sobre o Centro, a Vila Nova Conceição, Paula Raia e indica os melhores museus de São Paulo

PUBLICIDADE

Por Helena Tarozzo
Atualização:
Luciana Brito em sua galeria na Vila Olímpia Foto: Marcelo Brandt

Dotada de um olhar apurado para as artes contemporâneas, Luciana Brito, 53, se tornou uma das galeristas mais renomadas do país e responsável por trazer artistas do porte de Marina Abramovic a São Paulo.Atenta e perspicaz, ela é do tipo de pessoa que sabe fazer rápidas e boas escolhas - tanto nas artes quanto no vestuário. Camisetas da Topshop, vestidos e camisas da Paula Raia e botas de cano baixo compõem o mix diversificado do seu estilo urbano. Dos melhores restaurantes da Vila Nova Conceição às novidades culturais que pipocam no Centro de São Paulo, ela indica os seus favoritos num raio de extremos da capital.

PUBLICIDADE

De onde veio a escolha de montar sua galeria aqui na Vila Olímpia (rua Gomes de Carvalho)?   Tenho a galeria desde 1997 e em 2000 nos mudamos para cá - antes ficava em uma travessa da Faria Lima. E apesar de não ser uma região muito dentro do circuito, quando mudamos a Vila Olímpia era um bairro que estava no centro das atenções, com muitas coisas novas abrindo. Procuramos muito um lugar e achamos aqui, que antes era um galpão. São Paulo é uma cidade que muda o tempo todo e aos poucos aqui foi se tornando uma região mais voltada para escritórios. E a cidade foi crescendo, infelizmente temos muito problemas de trânsito por aqui. Há alguns anos me mudei para a Vila Nova Conceição, que é bem perto. Justamente para ficar mais fácil, minha vida se guia muito pelo meu trabalho o tempo todo.

E você costuma ir a outras partes da cidade? Não sou uma grande pesquisadora, mas gosto de descobrir lugares novos. Na semana passada, por exemplo, estive no Centro para conhecer aquele projeto novo do O Farol, onde tem a Choque Cultural e o A Balsa. É um lugar que junta tudo, tem a ver com arte, moda, estilo de vida, uma iniciativa muito bacana. Acho que temos que passar a pensar mais no Centro de São Paulo e em usar a cidade como cidadãos mais conscientes.

O que você acha desses investimentos culturais no centro? Estou gostando muito de ver iniciativas como as Galerias Pivô, no Copan e a Phosphorus no espaço da Casa Juisi. Quero ver ainda os jardins verticais que estão fazendo no Minhocão... A gente tem de abrir os olhos. O Centro tem esse lado nostálgico, que deve ser revitalizado. E mesmo em áreas nobres há edifícios lindos que estão totalmente destruídos.

Mudando para as artes, qual o melhor museu da cidade para você? Gosto de vários... Mas tenho uma relação especial com o MAC- USP, por que foi lá onde comecei a trabalhar. Hoje então, fico bem feliz, porque ele está finalmente com o espaço que sempre deveria ter tido. O MASP também está sendo revigorado com essa nova direção e deve ganhar uma nova vida, ainda mais com aquele prédio lindo da Lina Bo Bardi.E ainda temos o MIS e o MAM, que sempre estão com exposições ótimas. Acho que estamos bem de museus, muito melhores que há 20 anos atrás.

Quais os seus lugares favoritos para comprar roupas? Eu sempre misturo muito, não tenho só um estilo específico. Uso peças mais básicas, como camisetas da Topshop, com outra coisa mais elaborada. E como viajo muito, por causa das feiras de arte internacionais em que expomos, compro a maioria das coisas fora.Não tenho muito tempo e escolho aquilo que me salta primeiro aos olhos. Mas aqui em São Paulo gosto muito das coisas da Paula Raia. Ela é bastante talentosa e as peças caem muito bem.

E o melhor cabelereiro? Para mim é o Amica Cabelereiros, na Rua Estados Unidos, no Jardim Europa. Corto lá há anos com o Reílson. Mas para o dia-a-dia quem arruma meu cabelo sou eu mesma.

Publicidade

Qual dica preciosa você daria a um turista? Poxa, uma só? São tantas... Um ótimo restaurante japonês é o Kinoshita, na Vila Nova Conceição. Perto da minha casa também tem o bistrô orgânico Le Manjue e o restaurante Condessa. E outros que vou há anos são a Mercearia do Conde e o Maní.

Onde tomar um brunch de domingo antes de sair para visitar museus e galerias? Não sou muito de brunchs, acho mais tomar um café da manhã em uma padaria. E São Paulo entende bem de padarias. Indico também o café Marie Madeleine, na Vila Nova Conceição, que tem ótimos doces e pães.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.