A Moda e a Cidade: Larissa Lucchese

A editora de moda fala sobre a região da Avenida Paulista, onde mora e se inspira

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Por Helena Tarozzo
Atualização:
"O lugar onde eu me inspiro é na Avenida Paulista", diz a editora de moda Larissa Lucchese Foto: Marcelo Brandt

À primeira vista, ninguém é capaz de dizer que Larissa Lucchese, 34, editora de moda da Revista Marie Claire, nasceu no interior do Rio Grande do Sul, na pequena Ijuí. Cosmopolita como poucos, ela é o retrato de uma cidadã do mundo. Seu estilo, com os pés fincados na moda e nas artes, é dos mais autênticos e se adapta perfeitamente às grandes cidades - seja São Paulo, Paris. Nova York, Londres. Moradora da capital paulista há 7 anos e há dois da Bela Vista, bairro localizado entre a Avenida Paulista e o centro, ela usufrui das facilidades de estar onde tudo acontece, o tempo todo. Ao morar perto de metrôs, museus, restaurantes, cafés e cinemas, é comum Larissa inspirar-se nas ruas para seu trabalho e suas produções pessoais. Além de, claro, saber onde estão as coisas mais legais para fazer por ali. 

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O que é o melhor de morar aqui?

Escolhi essa região justamente por ser do lado do metrô. Não tenho e nem pretendo ter carro em São Paulo. Uso o metrô para tudo e amo usar esse meio de transporte. Tenho o privilégio de não usá-lo em horários de pico, então está sempre mais tranquilo, mas nunca vazio. E não tem melhor coisa que saber que vai chegar no horário certo, sem ter que pegar trânsito. Outra coisa é que aqui tem gente o tempo todo, de madrugada até à noite, as coisas ficam abertas até tarde e eu me sinto segura por ter tanta gente na rua. Se fosse um bairro mais residencial talvez eu não sentisse isso. E tem tudo, não sinto falta de nada e, quando viajo, morro de saudades dessa atmosfera. 

Há muita diversidade de estilo no bairro, você gosta de reparar nisso? 

Adoro esse mix. Tem punks, skatistas, senhorinhas, jovens, os engravatados dos escritórios, os mendigos… Adoro observar as diferentes tribos, ver os cabelos coloridos, as meninas de mão dada com meninas, os skatistas descendo a Augusta, os hippies que vendem bijuterias,essas coisas mais “exóticas” geralmente são o que me chamam atenção. E acho maravilhoso, porque é tudo livre e ninguém vai te encher por ser diferente. 

Onde você compra suas roupas?

Sou quase 100% Zara (risos). Hoje, por exemplo, a única coisa que não é de lá é a calça, que é da Acne Jeans. Os jeans gosto de lá, que geralmente compro fora do país, e dos da Amapô, que vendem na Loja Choix. De resto, Zara mesmo. E as melhores são a do Shopping JK e a do Cidade Jardim, como vou muito a esses shoppings por causa da produção para os editoriais, sempre acabo passando nelas. 

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E acessórios?

Gosto muito dos do Hector Albertazzi e dos da Diferenza, que ficam nos Jardins. A Diferenza é legal por que tem todos os estilos e o Hector tem algumas coisas que parecem joias, de tão bem feitas, e quando uso todo mundo fala. Indico também a feira de domingo do MASP, que tem acessórios incríveis, um pouco caros, mas muito bons, que valem a garimpada. 

Qual o seu salão de beleza?

Sou cliente há anos do Liceu de Maquiagem. Moro com um dos sócios, o Vito, que é cabeleireiro e sou muito amiga da Vanessa Rozan. Acompanho o salão desde que era super pequeno aqui na Augusta, depois na Pedro Taques e agora na rua Tinhorão, em Higienópolis. Vou pelo menos uma vez por mês para reparar a tintura com a Talita e cortar o cabelo com o Vito. Mas também já fiz alguns cursos de maquiagem, que te ensinam a fazer direito aquilo que você acha que sabe fazer. 

O melhor restaurante?

O bistrô La Tartine, na Fernando de Albuquerque, que tem o melhor custo benefício: ótimo preço, serviço, vinhos, ambiente, tudo! É praticamente a minha cozinha… Mas também tem o Mestiço e o Saj, que são um de cada lado. Tem o Spot, onde vou muito de domingo e gosto de sentar na parte de fora para tomar um vinho. Já quando quero uma coisa mais rápida, também vou ao Coqueiros, na esquina da Luis Coelho com a Frei Caneca, para almoçar um bom PF. E mais para o lado dos Jardins, tem o EMA, que é uma delícia, mas super pequeno, só trabalha com reservas. 

O melhor cinema?

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Aqui perto tem vários, mas o meu preferido é o da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional. Adoro as salas e os filmes que passam lá. Mas tem também o Belas Artes, que adorei que reabriu, e o Cine Itaú, que também são de rua. Para mim faz toda a diferença sair do cinema e já cair na rua e ter vida de volta rapidamente. 

Onde encontra os melhores vinhos? 

Conheci recentemente o supermercado Quitanda, na Rua Matheus Grou, em Pinheiros, e lá tem uma ótima seleção feita pela sommelière Daniela Bravin. A primeira vez que fui, ela estava lá e me mostrou vários, ótimos e com os rótulos lindos - eu tenho uma coisa muito visual, adoro os rótulos. E indico também o restaurante dela, o Bravin, na Rua Mato Grosso, que tem a melhor carta. 

E para tomar um café da manhã? 

Adoro a PÃO - Padaria Artesanal Orgânica, que fica na rua Bela Cintra. Eles têm o melhor suco verde da cidade e pães integrais incríveis. Tem também o Athenas, na esquina da rua Antônio Carlos com a Augusta, onde é uma delícia sentar nas mesas da calçada, embaixo das árvores. E tem também uma banca de sucos, ao lado do Conjunto Nacional, na rua Padre João Manoel, que se chama Banana Split, onde tomo sempre o suco de açaí com laranja. 

Onde você compra livros e revistas de moda? 

Vou muito na parte de artes da Livraria Cultura, que é a loja menor ali no Conjunto Nacional. Tem ótimos livros e adoro ficar horas folheando. Tem uma livraria pequena na rua Oscar Freire que chama Prince Books e tem os melhores títulos de revistas e livros de moda, é do dono da antiga Ddock News, que era na Haddock Lobo. Gosto muito também da banca Ranieri, no Conjunto Nacional, esquina da Paulista com a Augusta, onde compro a Love Mag, a System, a Self Service, que são revistas que eu coleciono. 

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E loja de decoração?

Gosto muito da seleção de decoração do brechó A La Garçonne, que, além de roupas lindas, tem móveis vintage. E, também em Pinheiros, gosto da Desmobília, que vende móveis estilo anos 50 e outros mais contemporâneos, e da Etel - lá tem coisas maravilhosas, mas o preço é mais salgadinho. 

Qual o melhor passeio de domingo?

Descobri recentemente que na Sala São Paulo tem concertos de graça aos domingos, o que é incrível. Só chegar um pouco mais cedo, retirar o ingresso, entrar e sair de lá com a alma lavada. Depois disso, passar na Estação Pinacoteca, que não é a Pinacoteca, é antes, perto da sala São Paulo, e ninguém conhece. Tem um café delicioso ali, que se fosse em Paris, estaria cheio de gente cool todos os dias. E depois ir comer no restaurante grego, Acrópoles, na rua da Graça, no Bom Retiro. Onde você chega e escolhe os pratos na própria cozinha e tem uma salada deliciosa. 

 

 

 

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