A alta-costura da Dior faz uma viagem entre o passado e futuro

O estilista Raf Simons mistura épocas clássicas da moda com sua pegada vanguardista

PUBLICIDADE

Por Thomas Adamson
Atualização:
Enciclopédica. Uma boa palavra para definir a última aventura de Raf Simons para a Dior Foto: AP

Eles raramente são vistos juntos em público e foram um casal por pouco tempo. Então, quando os ganhadores do Oscar, Charlize Theron e Sean Penn apareceram de mãos dadas no desfile de alta-costura da Dior, dentro do Museu Rodin, em Paris, nessa segunda-feira, e se sentaram lado a lado na primeira fila, os convidados entraram em frenezi. 

PUBLICIDADE

Na mesma sala de desfiles, a ex-primeira dama da França, Valerie Trierweiler, usou a passarela como plataforma para relembrar os fashionistas da causa das nigerianas raptadas. Esses são apenas alguns dos momentos do segundo dia de desfiles da semana de alta-costura, que incluiu os desfiles da Dior e da Schiaparelli. 

Enciclopédica. Essa seria uma boa palavra para definir a última aventura de Raf Simons para a Dior - aliás, a sua mais grandiosa até agora. 

A jornada de Simons começou com um vestido estilo século 18, como se fosse feito para Cinderela - ou, ao menos, uma versão vanguardista dela Foto: Efe

Dentro de uma sala circular instalada em uma área provisória no jardim do Museu Rodin, em Paris, o estilista belga ambiciosamente mesclou quatro séculos de moda, com um toque entre passado e futuro, que ele chamou de “forward and back”.

A jornada de Simons começou com um vestido estilo século 18, como se fosse feito para Cinderela - ou, ao menos, uma versão vanguardista dela. Depois dele, outros volumosos e exagerados vestidos franceses de baile, feitos de jacquard, apareceram com um toque contemporâneo de estrutura em trapézio. 

O desfile continuou em oito outros capítulos distintos, com direito a suspiros dos convidados a cada momento em que estes eram transportados a uma diferente época. 

Foi então a vez dos casacos vitorianos. Um de cashmere cinza escuro, que cai sutilmente sobre o corpo e chamou atenção por sua simplicidade. No próximo look, um vestido off-white estilo flapper girl dos anos 20, inteiro bordado, encantou por seu estilo vibrante.

Publicidade

A passarela da Dior Foto: Reuters

Depois vieram os famosos terninhos acinturados, do New Look dos anos 1949, dotados de um ar futurista, com golas oversized e looks ultra-modernos de calça e top, acompanhados por luxuosos casacos de pele, compridos até os pés. Na sequência, Simons volta no tempo novamente, e os casacos 7/8 aparecem com bordados exuberantes em suas palas. E logo finaliza com vestidos e conjuntos de saia e top, que remetem à atmosfera minimalista e esporte-chique que o estilista trouxe à Maison.

E, não por menos, os sapatos também foram estrelas do desfile. Vermelho intenso, pink, preto, amarelo, laranja e azul cobalto, os sapatos esculturais, com recortes ousados, deram a essas princesas do passado e do presente a ilusão das pernas mais longas de todos os tempos. Tradução de Helena Tarozzo.

Não por menos, os sapatos também foram estrelas do desfile Foto: Efe
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.