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Vaticano diz que desculpa de Williamson é insuficiente

Por AFP e EFE
Atualização:

O Vaticano e representantes da comunidade judaica consideraram insatisfatórias as desculpas apresentadas anteontem pelo bispo britânico Richard Williamson, que havia negado a morte de 6 milhões de judeus em câmaras de gás nazistas. A declaração de Williamson, publicada no site da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, da qual faz parte, e divulgada pela agência católica Zenit, pede perdão à Igreja e aos parentes das vítimas pela polêmica, mas não explicita mudança de opinião. Para o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, a declaração "não parece respeitar as condições estabelecidas em nota da Secretaria de Estado (do Vaticano) de 4 de fevereiro, que exige que se retrate absoluta, inequívoca e publicamente de sua posição sobre o Holocausto". Segundo o rabino David Rosen, presidente do Comitê Judeu Internacional para as Consultas Inter-religiosas, as declarações "não são suficientes nem verdadeiras". "Ele não disse ?me enganei, minhas opiniões eram falsas, estou arrependido, não o farei mais?. São desculpas ingênuas." "Desgraçadamente, ele não se retrata de nada", disse Dieter Graumann, vice-presidente do Conselho Central para os Judeus na Alemanha, que também afirmou que "o problema não é Williamson, mas uma fraternidade de fanáticos intolerantes, inimigos da democracia". Ele criticou o papa Bento XVI por ter revogado a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros três bispos ultraconservadores. A presidente do conselho, Charlotte Knobloch, afirmou que espera do Vaticano não só a retratação do bispo, mas uma "clara" desvinculação dos seguidores do ultraconservador francês Marcel Lefèbvre que, na sua opinião, culpam os judeus por serem os "assassinos de Deus". "Seria um sinal terrível se Williamson, que na Alemanha poderia ser julgado por incitação ao ódio racial, puder continuar propagando suas mentiras impunemente", apontou.

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