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Vai estudar, moleque!

Acredite: é possível incentivar os adolescentes a se interessarem pelo aprendizado

Por Agencia Estado
Atualização:

Na adolescência, a vida vai ficando muito interessante. Namoros, baladas, uma certa liberdade, a possibilidade de ficar mais fora de casa, de sair mais sozinho... E aí fica difícil concorrer com escola, estudo e prova. A vida escolar, que até então era o universo particular da garotada, cai em importância e cresce em implicância. Mas, será que existe um jeito de fazer o adolescente estudar? ´Você quer um milagre... o papa tá vindo aí... é com ele que você tem de falar´, brinca a educadora Maria Irene Maluf, para mandar um recado bem sério: não existe fórmula mágica. ´Aprender é um ato de metacognição. A pessoa aprende sozinha, ninguém te ensina nada. Há falhas na estrutura do ensino, na maior parte das escolas, os conteúdos são apresentados sem que se faça uma conexão com a vida real´, avalia. Ou seja: a melhor maneira de incentivar o aprendizado é mostrar ao jovem para que serve, na prática, o que ele está estudando. ´Ficar aprendendo equação de segundo grau só para passar no vestibular não incentiva ninguém, e hoje, na adolescência, ninguém engole sapo. Se o jovem percebe que aquilo é inútil, não vai se interessar mesmo´, alerta. Grácia Lopes Lima, professora e consultora em educação e comunicação, coordenadora do Gens e do programa Cala a Boca Já Morreu, engrossa o coro. ´O grande problema que leva as pessoas a não gostarem de estudar é não haver conexão entre os conteúdos escolares e a vida. Além disso, quem manda estudar nem sempre é estudioso, quem manda escrever não é escritor, quem manda ler não é leitor. É preciso mostrar a importância de estudar pelo prazer de aprender.´ Brigar, punir, castigar não resolve. Cobrar resultados - ´Estudou? Fez a lição? Tem prova?´ - isoladamente, de forma pontual, pode transformar a casa num inferno, e também não resolve. ´Os pais precisam se envolver com o processo de aprendizagem como um todo, não só no momento da prova. É preciso levar o cotidiano escolar para o cotidiano da família´, recomenda Mercedes de Paula Ferreira, diretora e professora do Ensino Médio do Colégio Ítaca. Segundo Mercedes, é muito comum também o aluno que tira de letra o ensino fundamental apresentar dificuldades no colegial. O problema? Como ele era bom, não tem prática em estudar. Como falar para seu filho estudar As psicoterapeutas Adri Dayan, Elisabeth Wajnryt e Dina Arzak têm um curso chamado ?Como falar para o seu filho ouvir? (3661-8310). Segundo elas, a solução do conflito entre adolescentes e pais na hora de estudar passa, certamente, pela abordagem e eficácia do discurso: O valor do estudo na família Os pais têm de fazer a lição de casa em relação a isso. Como eles encaram estudar? Gostam de estudar? Qual o valor do estudo? Entretanto, mesmo quem acha que estudar é perda de tempo tem de mandar o filho para escola. E pode exigir que o filho seja profissional nisso, o que significa ser responsável e comprometido com os estudos. O limite na sua casa Há famílias em que basta tirar 5. Em outras, é o limite da escola. A exigência tem de ser feita sem prêmios, mas não sem elogios. Não dá para barganhar viagens, presentes. O elogio não deve ser pelo resultado, mas pelo esforço. Quando o problema já está instalado Em primeiro lugar, compreender a situação (?entendo que a escola está difícil, que você não gosta do professor, etc.?). Em seguida, pedir que o próprio jovem apresente propostas de solução. Considere as possibilidade, aceite as idéias, anote, escolha, com ele, as que são possíveis para os dois. Não dá para acertar as regras e não tocar mais no assunto. Seu filho é sua obrigação.

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