USP reconhece erro em caso gay

Casal de Letras registrou BO após repreensão a um beijo; diretor afirmou que episódio foi um ''mal-entendido''

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Por William Glauber
Atualização:

O diretor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, José Antonio Visintin, admitiu ontem que houve exagero na repreensão a um beijo gay durante festa dos estudantes no Centro Acadêmico Moacyr Rossi Nilsson, no dia 10. "Nossa retratação é reconhecer que houve um erro, mas foi algo esporádico", disse. Anteontem, os alunos de Letras José Eduardo Góes, de 18 anos, e Jarbas Rezende Lima, de 25, registraram BO na delegacia de intolerância. Visintin criticou o episódio e disse defender a diversidade na USP. "O CA tem de se retratar. Foi um incidente atravessado, um mal-entendido", afirmou. O professor conversou ontem com os diretores do CA. "Eles disseram que a festa já estava no fim e, por isso, acenderam as luzes. Eles poderiam ter esperado mais cinco minutos." Góes e Lima contaram, no entanto, que a festa foi interrompida e finalizada após os dois se beijarem em um palco. O DJ, também presidente da entidade, apontou para o casal, de acordo com relato dos estudantes. Em seguida, a discussão prosseguiu do lado de fora do CA. Ontem, o CA emitiu uma nota sobre o caso. "(O beijo) era uma ?troca de carícias? muito mais explícita, o que provocou desconforto em alguns dos presentes", afirmou a direção. A entidade informou que a intenção não era expulsar o casal, mas indicar um local mais reservado. "Foi uma precipitação interromper o casal. Deixasse acontecer", opinou Visintin. "O CA jamais apoiou qualquer atitude homofóbica e as condena", afirmou a nota. Sobre o beijaço de amanhã, com participação de atores do grupo de teatro Os Satyros e cuja concentração está marcada para as 22 horas na Faculdade de Economia e Administração, o CA afirma que "qualquer forma pacífica de protesto é válida".

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