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Universidade Yale devolve 4,9 mil peças pré-incas ao Peru

Instituição dos EUA mantinha coleção desde 1916, quando explorador Hiram Bingham fez escavações em Machu Picchu; governo peruano organiza exposição internacional itinerante

Por Reuters , Efe e Lima
Atualização:

Depois de muita disputa, a Universidade Yale, dos EUA, vai finalmente devolver ao Peru cerca de 4.900 objetos retirados do sítio arqueológico de Machu Picchu e levados para a universidade em 1916. O anúncio foi feito pelo ministro da Habitação peruano, Hernán Garrido Lecca, que representou o governo do país nas negociações com a instituição americana. O conjunto de peças inclui cerâmicas, utensílios, objetos de arte e jóias feitas em ouro e prata, além de múmias e milhares de pedaços de ossos. Todo esse material foi escavado pelo arqueólogo americano Hiram Bingham, que chegou a Machu Picchu em 1911 e é considerado o seu descobridor. Sobre isso, aliás, há controvérsias: alguns estudiosos acreditam que o peruano Agustín Lizárraga chegara antes, em 1902. O fato é que Bingham instalou uma base de exploração no cume da montanha onde está a antiga cidadela inca, localizada na região andina de Cuzco. E durante 5 anos trabalhou na retirada do material arqueológico. O conjunto de peças teria sido apenas emprestado por um prazo de 18 meses, para que pudesse ser estudado na Universidade Yale. Com o passar do tempo, no entanto, o compromisso foi deixado de lado. A disputa pela posse dos objetos já durava décadas. Mas intensificou-se nos últimos anos, quando os governos peruanos de Alejandro Toledo (2001-2006) e Alan García aumentaram a pressão política e diplomática para que as peças fossem devolvidas. No ano passado, o Congresso do Peru aprovou lei exigindo a repatriação. Para que as peças fossem finalmente devolvidas, o governo peruano se comprometeu a construir um museu e um centro de pesquisas em Cuzco, onde ficarão abrigadas. "Enquanto o museu é construído", disse Garrido Lecca, "organizaremos uma turnê para mostrá-las nas principais cidades do mundo". A curadoria da exibição itinerante ficará a cargo do Instituto Nacional de Cultura do Peru - em parceria com estudiosos de Yale. O museu deve ficar pronto apenas em 2009. Em julho, Machu Picchu foi eleita uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo.

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