PUBLICIDADE

Unidade surgiu para deixar pacientes isolados

Por Eduardo Nunomura
Atualização:

Ainda no Brasil Império, corria um surto de varíola. E a medida mais adotada pelos médicos era isolar e tratar os pacientes infectados. Em São Paulo, foi criado em 1880 um ambulatório para combater a varíola, ampliado 14 anos depois para poder enfrentar outras epidemias, como a febre amarela, febre tifoide, malária, peste e difteria, que matavam milhares todos os anos. Em 1898, Emílio Marcondes Ribas, nascido em Pindamonhangaba mas com formação médica no Rio, foi nomeado diretor geral do Serviço Sanitário. Homem prático, não se intimidava em ir a campo para debelar as moléstias. Comprava e vencia brigas com a pertinácia de um cientista. A ponto de deixar-se picar, acompanhado de Adolfo Lutz e Oscar Moreira, por mosquitos que sabidamente tinham contaminado pacientes. Tudo para provar que a febre amarela não era transmitida pelo contato entre pessoas doentes. O experimento ocorreu em 1903, no hospital de isolamento de São Paulo, que três décadas depois foi rebatizado com seu nome. Em 1991, a unidade virou instituto. O atendimento sempre foi de referência, como queria Ribas, mas até hoje ensino e pesquisa são vistos como pontos que devem ser melhorados, afirma o atual diretor, David Uip. O sanitarista Emílio Ribas criou ainda o Instituto Butantã, o sanatório de Santo Ângelo para hansenianos e foi o mentor de Campos do Jordão como uma estância climática.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.