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Trote aumenta preconceito e intolerância

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Por Redação
Atualização:

O trote é mais do que uma manifestação de preconceito. Também aumenta as intolerâncias de quem passa por ele. A análise é do professor do Departamento de Ciências Humanas da Esalq, Antônio Ribeiro de Almeida Júnior. Autor de dois livros sobre o assunto, ele é um dos poucos a se posicionar abertamente contra a "tradição" na faculdade. Sua tese de livre-docência deve se transformar em seu terceiro livro. Nela, Almeida analisa o reflexo do trote nos calouros da Esalq. O resultado dos mais de 300 questionários aplicados por ele ao longo de quatro anos revela que, após passarem pelo trote, os alunos que antes se mostravam mais tolerantes em questões relacionadas a diferenças de gênero, raça e homossexualidade se tornam mais preconceituosos. "Existem alguns mitos sobre o trote", diz. "Violência e humilhação não podem ser consideradas um rito de passagem." Almeida critica a falta de disposição dos pesquisadores em analisar esse fenômeno social. "Por que essa violência ocorre embaixo do nariz dos melhores antropólogos e cientistas sociais e ninguém faz pesquisa?", pergunta. E ele mesmo responde: "Porque nenhum pesquisador quer criticar sua própria instituição."

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