Tecnológicos alcançam resultados ruins

Das 10 áreas avaliadas, 6 contam com mais de 40% com notas baixas

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Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

Os cursos tecnológicos - uma das apostas do governo federal para ampliar a formação dos brasileiros - não conseguiram resultados positivos para que possam ser encarados como uma boa alternativa de ensino superior. Esses cursos se diferem de uma graduação tradicional porque são direcionados ao mercado de trabalho.Dentre as dez áreas tecnológicas avaliadas em 2008, seis tiveram mais de 40% dos cursos com Conceitos Preliminares de Curso (CPC) 1 e 2, os mais baixos. Entre os piores cursos do País, a maioria é de escolas privadas. Porém, quatro Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefet) aparecem na lista.O maior índice de cursos ruins está na área de Tecnologia de Gestão em Produção. Dos 17 cursos que receberam conceitos na avaliação, 12 ficaram abaixo do mínimo exigido pelo Ministério da Educação e terão que passar por supervisão. O pior deles fica em São Paulo, na Faculdade Ipep, e obteve apenas 87 pontos no CPC (numa escala de 1 a 500), que reúne os resultados do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) e dados sobre formação e carga horária de professores e infraestrutura da instituição.Análise de Sistemas e Redes de Computador vêm logo a seguir, com mais de 53% de cursos com conceitos 1 e 2. Análise de Sistemas teve, ainda, o curso com menor CPC entre todos os 7,3 mil avaliados em 2008. A Faculdade do Sul da Bahia, em Teixeira de Freitas, obteve apenas 28 em 500 pontos possíveis. Com 100 alunos, é a pior da sua área. Um Cefet também está entre os piores do País. A escola de Cuiabá (MT) tirou a nota mais baixa na área de Tecnologia de Alimentos, com apenas 85 pontos e CPC 1.SEGUNDA AVALIAÇÃO Essa é a segunda vez que os cursos tecnológicos são avaliados. O primeiro grupo de cursos, das áreas de saúde, entrou no Enade em 2007. O aumento considerável das vagas desses cursos levou o MEC a se decidir por avaliá-los. O último Censo do Ensino Superior, de 2007, revelou um crescimento de mais de 20% entre 2006 e 2007 no número de vagas ofertadas no País. Eram 3.702 cursos tecnológicos oferecendo 394,1 mil vagas - 90% delas em instituições privadas. Desses, 392 foram avaliados em 2008 e quase 40% caíram na malha fina do MEC.

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