Sonia Hernandes deixa a prisão nos EUA

Líder da Renascer cumpriu 5 meses de pena e agora entra em condicional

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Por Filipe Serrano
Atualização:

Sonia Hernandes, bispa e fundadora da igreja Renascer em Cristo, deixou ontem a prisão em Tallahassee, capital do Estado norte-americano da Flórida, onde cumpriu quase cinco meses de pena. Ela havia se apresentado à prisão em janeiro. Sonia e o marido Estevam Hernandes, também fundador da Renascer, apareceram ontem em transmissão ao vivo, de Miami, durante a Ceia dos Oficiais, realizada ontem no ginásio do Ibirapuera. Abraçavam-se e pareciam emocionados. Hernandes fez um discurso sentimental em que relatou: "Fui buscar a bispa com muita alegria. No caminho, pensei que nossos valores são muito superiores a tudo aquilo que eles (seus acusadores) podem pensar". Os líderes da Renascer foram presos nos EUA em janeiro de 2007, após tentarem entrar no país com com US$ 56 mil não declarados - acima dos US$ 10 mil é preciso informar as autoridades alfandegárias. Eles foram condenados a pagar multa no valor de US$ 30 mil cada um e a cumprir dez meses de pena intercalada, metade em presídio, metade em casa. Estevam Hernandes foi o primeiro a se apresentar na prisão de Tallahassee, em agosto do ano passado. Após sair do presídio em 29 de dezembro para cumprir a prisão domiciliar, celebrou o culto da virada do ano, na madrugada do dia 31, via satélite. Durante a 16ª Marcha para Jesus, realizada em São Paulo no mês passado, Estevam discursou novamente via telão, dos EUA. Sonia, que primeiro cumpriu a pena de prisão domiciliar, trocou de lugar na prisão com o marido em janeiro. Agora, ambos entram em período de condicional, em liberdade vigiada, até agosto do ano que vem. Durante a reclusão, o casal não poderá deixar os EUA, a menos que obtenha autorização da Justiça norte-americana. No Brasil, eles são processados por evasão de divisas. A acusação foi aceita em janeiro deste ano pelo juiz federal substituto Márcio Rached Millani, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, especializada em lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. O caso estava sendo investigado desde novembro de 2007, quando foi aberto um inquérito policial. O sistema da Receita foi checado e os fiscais do aeroporto de Cumbica consultados, mas nenhuma declaração foi encontrada. Os bens da igreja foram tornados indisponíveis pela Justiça.

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