Sexo e violência geram críticas

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Por Lisandra Paraguassu
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Se encontrarem na escola o livro História do Mundo em quadrinhos, de Larry Gonick, estudantes de 5ª e 8ª séries vão ler que a religião budista perdeu espaço para o hinduísmo por conta do sexo - especificamente, do Kama Sutra. O livro, distribuído pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), sofre críticas. A obra, que conta parte da História, afirma que o hinduísmo estabeleceu a ideia de que o mundo era governado pelo sexo. Um desenho ao fundo do narrador mostra um templo hinduísta com imagens de posições sexuais. "Mesmo tendo visto apenas pequenos trechos das obras, é possível avaliar que elas não são adequadas aos propósitos de uma biblioteca escolar", avalia a coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Maria Alice Setubal. Ela considera que outros livros poderiam ocupar o lugar da obra de Gonick com mais mérito. "As obras colocadas à disposição dos jovens devem ter um caráter também educativo, o que pressupõe a promoção de valores humanos inquestionáveis, mas também o debate, a reflexão, o espírito crítico", diz. Há críticas a outro livro distribuído no PNBE, esse para o ensino médio: Um Contrato com Deus, de Will Eisner. Famoso, ele inclui cenas de violência e de sexo. Pesquisador de literatura infantil, Ilan Brenman defende o livro de Eisner. "Isso não vai afetar em nada a vida do aluno. Temos sexo e violência em Jorge Amado, em Machado de Assis. Por que então não os proíbem também?"

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