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Serra pede apoio político e ataca sindicato de professor

Em discurso, governador afirmou que Apeoesp ?tem horror? a medidas como avaliação e bônus por mérito

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Por Redação
Atualização:

O governador José Serra (PSDB) concluiu seu discurso de adesão ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) com um pedido de apoio político ao ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), para enfrentar as barreiras não materiais para o desenvolvimento da educação, referindo-se às "barreiras corporativistas". Serra criticou o posicionamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). "Uma questão que tem de ser enfrentada no ensino é a sala de aula, que é aquela que as corporações, inclusive começando pela Apeoesp, mais têm horror. É o tratar da sala de aula, do trabalho, da avaliação, da qualidade de ensino." Outro ponto destacado pelo governador foi a crítica feita pelos sindicatos à criação de uma proposta curricular para a rede pública de ensino e as medidas de fixação de metas para as escolas. "Uma outra coisa que os sindicatos têm horror é dizer o que se tem de ensinar para os alunos. Isso é apresentado (pelos sindicatos) como autoritarismo." José Serra chegou a explicar sua colocação por meio de uma exemplificação. "Hoje, do jeito que é, um professor de história pode usar todo o seu tempo para ensinar história da Mongólia, onde não acontece nada. Não há diretriz geral, orientação, material preparado. Essa falha estamos cobrindo com a preparação de propostas curriculares", afirmou. Sobre o posicionamento dos sindicatos em relação à remuneração, que vai permitir ao professor da rede estadual que alcançar as metas ganhar mais de três salários extras ao ano, o governador foi enfático. "Também tem merecido muitos ataques, porque o pessoal de sindicato tem horror. Não tem nada mais horroroso para o sindicato do que ter seu trabalho avaliado. Isso pode não ser importante para o sindicato, mas é para a educação", concluiu. Ao tomar conhecimento das críticas feitas pelo governador, Carlos Ramiro de Castro, presidente da Apeoesp, esclareceu que a entidade nunca se posicionou contra a fixação de metas, avaliações e elaboração de propostas curriculares. "Esse é um governo que se acha auto-suficiente, sempre que pode o governador José Serra tenta desqualificar o sindicato." Ramiro ainda afirmou que todo trabalho que se preza tem meta. "Somos é contrários à avaliação por mérito, em vez de valorização, de reajuste. Não é verdade que não queremos ser avaliados", disse. Em relação ao currículo, completou: "Sempre propusemos a discussão de uma proposta curricular. O governador está confundido currículo com conteúdo programado. O Estado definiu uma matriz curricular com alta concentração em português e matemática. Nada contra a matemática e português, mas as outras disciplinas não são importantes?", questionou.

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