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Secretária nega responsabilidade na média geral

Para Maria Helena, margem de erro de SP pode ter influenciado no resultado

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Por Renata Cafardo
Atualização:

A secretária estadual de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, repudiou a idéia que de o Estado fez com que o Brasil se saísse mal no Pisa 2006. Segundo ela, os alunos paulistas representam 11% do total que participou da prova, o que não seria suficiente para ser responsável pela nota brasileira. Além disso, Maria Helena estranhou as margens de erro dos resultados, que são bem superiores em outros Estados, se comparadas com as de São Paulo. "Quanto menos alunos fazem a prova, maior é a margem de erro", diz Maria Helena, que foi presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais do Ministério da Educação (Inep) quando o Brasil fez o primeiro Pisa, em 2000. A secretária é especialista em avaliação e foi quem decidiu, no fim dos anos 90, a participação do País no exame da OCDE. As margens de erro dos resultados paulistas não passam de 6,2, enquanto no Distrito Federal chegam a 20,8. Sergipe, que ficou melhor que São Paulo nos rankings das três áreas, teve margem de erro que variou de 14 a 16 pontos. Maria Helena, no entanto, admitiu que o Estado precisa melhorar. "O grande desafio de São Paulo é a melhoria da qualidade", disse. Ela citou índices em que o Estado já cumpriu suas metas, como a inclusão de todos os alunos nas escolas e o fluxo escolar (ter os estudantes na série correta para sua idade). Segundo ela, as medidas do governo focam justamente a qualidade, com projetos de alfabetização, uso adequado dos resultados das avaliações e implementação de currículos, entre outras. Para Maria Helena, os resultados melhores de Sergipe e Rondônia já eram esperados porque esses Estados tinham se saído bem no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), exame feito nacionalmente em 2005. "A Paraíba foi uma surpresa. Mas, se o Estado conseguiu mesmo melhorar tanto em um ano, acho ótimo", completou ela. Os paraibanos ficaram mais bem posicionados em leitura e ciência, se comparados a São Paulo. O desempenho dos paulistas ficou próximo da média nacional no Pisa. Em leitura, foram 392 ante 393 no Brasil. Em matemática, os mesmos 370 pontos, e em ciência, 385 ante 390. RECLAMAÇÃO A secretária também reclamou da divulgação feita pelo Ministério da Educação. Para ela, os resultados deveriam ter sido passados primeiro para as secretarias de ensino e depois para a imprensa. O MEC enviou o material, que seria divulgado ontem, para o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) na noite de segunda. "O MEC fez tudo sozinho. Não sabemos nem a quantidade de alunos que vêm das escolas estaduais, municipais e privadas que fizeram o Pisa", disse ela.

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