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Saúde da Família ajuda a reduzir mortalidade infantil

Ampliação do programa está diretamente ligada à queda na taxa de morte em todas as regiões do País

Por Ligia Formenti e BRASÍLIA
Atualização:

Um estudo coordenado pela pesquisadora Fátima Oliveira, da Secretaria de Vigilância em Saúde, mostra que a queda nas taxas de mortalidade infantil entre 1999 e 2004 está intimamente ligada à ampliação do Programa Saúde da Família (PSF) e à melhora na qualidade da atenção básica. No período, o número de mortes entre crianças com até 1 ano teve uma redução de 13%. "O estudo mostra que o Programa de Saúde da Família caminha na direção correta. Ele passou por expansão e agora tem um novo desafio: melhorar a qualidade de cobertura, para que impactos positivos sejam mantidos", afirmou a pesquisadora. Fátima observa que, no período avaliado pelo estudo, o PSF teve influência favorável não apenas nas regiões Norte e Nordeste, onde o acesso à saúde e condições de saneamento são precários, mas também em regiões mais desenvolvidas do País, como Sul e Sudeste. "Ele age nos bolsões de miséria, onde a assistência é menor. Daí a rapidez na mudança dos indicadores", avaliou. TAXA DE REDUÇÃO A pesquisa indica que a cada 10% de aumento da equipe de PSF há uma queda de 1,5 ponto porcentual na taxa de mortalidade infantil. O trabalho mostra, porém, que embora seja importante, o PSF não é o fator que exerce mais influência na redução da mortalidade até 1 ano de idade. Como outros estudos já haviam revelado, a escolaridade da mãe é o que mais influencia nesse indicador. Quanto menor o número de anos de estudo da mãe, maior o risco de morte da criança em seu primeiro ano de vida. "O PSF vem em segundo lugar, seguido pelo saneamento", disse. Fátima ponderou que o saneamento é importante por se tratar de um direito de toda a população a um ambiente saudável, "mas o efeito sobre os indicadores é mais lento", afirma. Para ela, a influência do PSF na queda da mortalidade infantil se dá por alguns motivos básicos. Ele aumenta, por exemplo, o número de consultas durante o período pré-natal. Estudos mostram ainda redução significativa das taxas de morte por diarréia. "Ensinamentos sobre como lidar com a água e como agir quando a diarréia aparece são fundamentais." Para a pesquisadora, é preciso agora capacitar agentes para que façam diagnóstico de forma mais rápida e para que possam identificar o surgimento de problemas.

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