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Rio registra aumento de casos de dengue

Estudo aponta grande reservatório como foco do vetor

Por Fabiana Cimieri
Atualização:

O número de casos de dengue no município do Rio quintuplicou em janeiro deste ano em relação ao mesmo período de 2007. Somente no último mês foram notificados 5.217 casos, contra 987 registrados no mesmo período do ano passado. O superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Victor Berbara, disse que, apesar de haver surto em alguns bairros das regiões norte e oeste da capital, não há epidemia no Estado. "Estamos percebendo que os maiores focos do mosquito Aedes aegypti são as caixas d?água e piscinas não tratadas, ou seja, os grandes reservatórios de água. Os pratinhos de plantas, pneus velhos e poças d?água não são os grandes vilões, mas nem por isso o cidadão deve descuidar. É necessário que todos façam a sua parte", disse Berbara. Um estudo do Instituto Oswaldo Cruz, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, confirma essa percepção. Ou seja, o mosquito da dengue - o Aedes aegypti - se direciona preferencialmente para grandes locais, como caixas d?água, que podem se transformar em criadouro do vetor, o que indica a necessidade de atenção redobrada em sua limpeza. A pesquisa da Fiocruz avaliou duas áreas com características diversas - Tubiacanga, na Ilha do Governador, e a Favela do Amorim, em Manguinhos - durante as estações seca e chuvosa. As caixas d?água e tonéis foram identificados como os reservatórios onde o mosquito mais se reproduz. Segundo o pesquisador Rafael Freitas, isso não significa que a população pode descuidar de pequenos reservatórios, como vasos de plantas, que também servem de criadouros do mosquito, mas que deve redobrar a atenção com locais de maior porte. Os pesquisadores registraram índices de infestação superiores ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Enquanto o índice de infestação do Aedes aegypti recomendado pela OMS é de no máximo 1%, registramos uma taxa de 21% em Tubiacanga e de 11% na Favela do Amorim", disse ele. Em outro estudo, feito nas mesmas áreas, foi observado que fêmeas do Aedes apresentam tendência a se deslocar em direção a pontos onde haja maior concentração de criadouros, ou seja, novamente as caixas d?água. Em São Paulo, o número de casos de dengue diminuiu. A Secretaria Municipal da Saúde registrou cinco ocorrências no mês passado contra oito no mesmo período de 2007. Dados parciais do Ministério da Saúde referentes às primeiras semanas do ano apontam 7.520 casos em todo o País contra 53.224 em 2007. Números atualizados serão divulgados hoje.

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