Em reunião de negociação de quase três horas, na tarde de ontem, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e o Fórum das Seis, com representantes de trabalhadores, alunos e professores da USP, Unesp e Unicamp, avançaram pouco rumo a um entendimento. Veja notícias e fotografias da greve na USP Os reitores mantiveram a oferta de aumento salarial de 6,05% (referente às perdas inflacionárias do período de abril de 2008 a maio de 2009), proposta a princípio não aceita pelo Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp) nem pela Associação dos Docentes (Adusp), que pedem outros 10% referentes a perdas históricas dos últimos 20 anos. Os resultados da reunião serão levados a assembleias nos próximos dias. O índice de aumento salarial já havia sido apresentado na reunião anterior. Outra reivindicação, a suspensão do início de funcionamento da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) havia ocorrido após um desentendimento entre a USP e o governo do Estado iniciado antes da paralisação. Apesar de não terem sido debatidos no encontro, a pauta unificada do Fórum das Seis tem 16 itens, que incluem aumento de repasse do ICMS para custear a unidade de Lorena, anexada à USP, e de Limeira, anexada à Unicamp, além de mais investimentos em políticas de permanência estudantil. Uma nova rodada de negociação entre reitores e grevistas está marcada para segunda-feira. GESTÃO QUESTIONADA Para o diretor de base do Sintusp, Magno de Carvalho, a greve vai continuar. "Não houve avanços e a reunião foi de apresentação de propostas deles." O presidente da Adusp, Otaviano Helene, questionou a planilha de custos da universidade. "Na reunião anterior o orçamento apresentado trazia aumento de custos com folha de pagamento em 12%, sendo que o incremento no salário foi de 6%. A justificativa eram os aposentados, contabilizados duplamente. Hoje (ontem) eles justificaram essa diferença dizendo que era o investimento em plano de carreiras. No mínimo, não há transparência na gestão dos recursos da universidade." Em nota, o Cruesp disse que "reitera sua disposição em manter o poder aquisitivo dos salários", oferecendo reajuste baseado no índice IPC-Fipe, "mesmo em face da queda de 4,88% da arrecadação do ICMS de janeiro a maio, em relação aos valores previstos para o período". Com relação à Univesp, o recuo não foi considerado uma vitória, já que o adiamento do curso aconteceu por causa de um atraso na assinatura do convênio com o governo. "O informe foi que a Univesp será paralisada por falta de verba para implementação e para discutir a qualidade do curso. Mas acreditamos que a força da mobilização contribuiu para isso. Defendemos que haja expansão de vagas para todos, mas com professores em sala de aula", disse Gabriel Cassoni, do DCE da USP.