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Registro de morcegos com raiva cresce 44% no Estado

Animal passou a ser o principal vetor da doença, que matou 2 em 2008

Por Marcela Spinosa
Atualização:

O registro de morcegos infectados com o vírus da raiva cresceu 44% em um ano no Estado de São Paulo, segundo o Instituto Pasteur. Foram 42 casos entre janeiro e abril deste ano, contra 29 em 2008. "O fato de detectar esse índice é bom", diz a diretora da entidade, Neide Takaoka. "Significa que os municípios estão atentos." A vigilância é importante porque o perfil epidemiológico da raiva entre humanos mudou no País, segundo o Ministério da Saúde. Até 2004, o principal transmissor era o cão doméstico. Graças às campanhas para vacinação, o número de animais infectados diminuiu e os morcegos passaram a ser os principais vetores. A raiva é uma doença que não tem cura e mata depois de gerar um quadro de dor de cabeça, salivação excessiva, convulsões e mudança de comportamento. Ano passado, duas pessoas morreram no País após contrair a doença. Até ontem, 19 pessoas haviam sido mordidas por morcegos na capital, que concentra 40 das 160 espécies de morcegos. Ano passado, o índice chegou a 44. "Mas, o número pode ser bem maior porque muita gente é mordida e não toma a vacina", diz o o subgerente do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), Hildebrando Montenegro. Segundo ele, a vacinação é importante para impedir a manifestação da doença. Do total de agressões registradas na cidade, o maior índice (três) foi detectado em Itaim Paulista, na zona leste. O bairro é próximo ao de Cidade Tiradentes. Lá existe uma Área de Proteção Ambiental conhecida como monte sagrado, por causa da quantidade de fiéis que rezam à noite no meio da mata. Entre elas está a pastora Maria de Fátima de Almeida Lima, de 46 anos. Ela foi mordida por um morcego quando orava, "A dor é tão forte que parecia que um prego tinha entrado no meu pé." A orientação para quem se deparar com um morcego é não manipulá-lo, pois ele pode atacar. O certo é chamar o CCZ pelo telefone 156. Para evitar que fiéis entrem no local, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), responsável pelo terreno, cercou a área e colocou faixas de orientação a população.

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