Quedas afetam 50% das crianças atendidas no SUS

Pesquisa em 37 cidades do País mostra que a maioria desses acidentes (69%) ocorre em casa

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Por Brasília
Atualização:

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 37 cidades brasileiras mostra que mais de 50% das crianças de até 9 anos que chegam a unidades de urgência e emergência no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentam ferimentos provocados por quedas. O levantamento também verificou que a maioria desses acidentes (69%) ocorre na própria casa da criança. Para fazer a pesquisa, foram analisados 10.988 atendimentos registrados em 84 unidades de saúde do País entre os meses de setembro e outubro do ano passado. De todas as quedas registradas, 47% (2.626) foram provocadas por tropeções, pisadas em falso ou desequilíbrio. De acordo com a pediatra e coordenadora do Departamento de análise de situação de saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, quanto menor a idade da criança maior será o risco de ela sofrer ferimentos mais graves. Isso acontece, explica a pediatra, porque a estrutura óssea ainda está em processo de formação. Uma queda de berço, conta ela, pode levar até a um traumatismo craniano do bebê. Por isso, o ajuste na grade do berço também é uma das medidas importantes. GRAVIDADE Nos atendimentos analisados, a maior parte das vítimas (44%) apresentava ferimentos na cabeça. Em segundo lugar, vieram crianças com ferimentos nos braços (31%) e depois nas pernas (13,7%). Para evitar os acidentes, a principal receita, afirma a coordenadora, é a vigilância constante dos adultos. Outras medidas simples ajudam muito a reduzir os riscos. Entre elas, manter a casa organizada, sem produtos espalhados pelo chão ou tapetes soltos. Nas janelas, a proteção também é indispensável: seja com grades ou com redes. MONITORAMENTO A pesquisa faz parte do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), implantado em agosto de 2006 para identificar e conhecer a gravidade dos atendimentos na rede pública de atendimento de saúde. Por meio do sistema são notificados vários tipos de casos de violência, entre os quais a doméstica e a sexual. Entre 2006 e 2008, o Ministério da Saúde repassou cerca de R$ 50 milhões para programas de prevenção de violência e acidentes, além de implantar o sistema de vigilância. EVITANDO RISCOS Ter sempre um adulto por perto, para supervisionar a segurança da criança; Cuidado com tapetes, passadeiras e brinquedos espalhados pelo chão; Janelas devem ser protegidas com redes ou grades; Usar equipamentos de segurança, como capacete e joelheira, para andar de skate ou patins; Ajuste correto da grade do berço

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