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PUC tenta reduzir embriaguez em trote, mas 6 são atendidos

Dois alunos foram levados ao hospital; na Politécnica, da USP, calouros participaram de prova na lama

Por Marcela Spinosa
Atualização:

Cedo, por volta das 10 horas, o calouro Gabriel, de 18 anos, já estava sentado nas escadas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e balançava de um lado para o outro. O recém-aprovado no curso de Administração estava alcoolizado e não conseguia pronunciar seu sobrenome. "Bebi meia garrafa de pinga durante o trote", disse ele. Para reduzir casos de embriaguez na primeira semana de aula, a PUC implantou este ano uma política de redução de danos. Uma das estratégias é distribuir água e alimentos. Ainda assim, seis pessoas foram atendidas na manhã de ontem na enfermaria da instituição por causa do consumo excessivo de álcool. Duas, entre elas Gabriel, foram para o hospital. "O número (de atendimentos) é expressivo", avalia o vice-reitor de cultura e relações comunitárias da PUC, Hélio Roberto Deliberador. "Não fomentamos o uso de álcool. Estamos respondendo a uma realidade, que é o uso de álcool, e tentando reverter essa cultura." Na primeira semana de aula de 2008, a universidade teve 13 casos de alunos medicados por causa de bebida alcoólica. Três foram levados a hospitais. Ontem, dois dos seis alunos atendidos na PUC foram para unidades de saúde e liberados em seguida. A ação deste ano termina na sexta-feira. Até lá, os alunos ganham gratuitamente goiabada em barra, pipoca, água e balas. "Ingerir doce e salgado reduz o grau de intoxicação", diz Deliberador. Também foi criado o disque-calouro para receber denúncias de abusos de trotes violentos ou vexatórios. Os calouros podem reclamar pela internet (calouros2009@pucsp.br) ou pelo telefone 0xx11 3670- 8083. Os estudantes aprovaram as medidas, apesar de muitos desconhecerem a distribuição dos alimentos. "O lanche vem em boa hora porque no café da manhã comi uma pizza", diz o calouro de economia Azoth Bertanello, de 18 anos, com duas garrafas de pinga nas mãos. "O lanche ajudou muito porque eles () fazem a gente suar e eu não tinha tomado café da manhã", disse Juliana Choi, de 18 anos. Na Cidade Universitária, da Universidade de São Paulo (USP), calouros da Escola Politécnica foram submetidos a "provas" na lama, incluindo exercícios e acrobacias. Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) os alunos foram pintados e submetidos a uma "chuva" de material branco.

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